O presidente da Fundação Bernardo Barbosa de Quadros e autarca de freguesia em Rocas do Vouga, Sever do Vouga, afirma-se tranquilo quanto às acusações de que foi alvo por parte do Sindicato dos Trabalhadores do Comércio, Escritórios e Serviços de Portugal que pediu a intervenção da Autoridade para as Condições do Trabalho para avaliar eventuais situações de abuso de poder.
“Para além de ser uma Direção presente, é também uma Direção exigente no que toca à melhoria contínua dos serviços que esta instituição presta. Temos sempre de considerar e não descurar que trabalhamos com pessoas numa fase da vida de grandes vulnerabilidades. Não obstante, esta Fundação respeita as categorias profissionais, bem como a carga horária respetiva dos seus trabalhadores”.
Almiro Machado diz que há não muito tempo houve uma inspeção da ACT sem que fossem apontadas irregularidades na gestão de pessoal.
Diz, ainda, que tem apoio dos trabalhadores da instituição e da comunidade local.
“Como Presidente desta Fundação, estou de consciência tranquila e, como tal, condeno a exposição do meu nome e dos cargos que desempenho, bem como a forma como esta ação foi desenvolvida. Toda esta situação tem causado diversos constrangimentos. No entanto e felizmente, tenho recebido uma onda de apoio de toda a comunidade, mas mais satisfatório e importante é a onda de apoio por parte dos trabalhadores desta instituição, o que me dá ânimo e a certeza do bom trabalho que tem sido feito”.
O CESP realizou, no dia 22 de Março, uma ação de protesto na instituição em que contestou alegadas ordens dadas pela direção liderada por Almiro Machado que obrigaria funcionários ao cumprimento de funções não atribuídas.
Segundo a estrutura sindical existirá um quadro de abuso que pode colocar, por exemplo, uma escriturária a limpar o jardim ou as casas de banho.
O dirigente responde um mês depois para dizer que tarefas como a apanha de Mirtilo são feitas de forma voluntária por funcionários que se dispõem a participar nas atividades.
“Sempre prevaleceu o espírito de voluntariado e de cooperação com a Fundação”.
Lamenta que a sua imagem e a da instituição estejam a ser atingidas e afirma que nunca se furtou ao diálogo com os sindicatos.
Considera o ato sindical de Março “invasão de propriedade privada e sem qualquer aviso prévio”.
“Estas pessoas entraram dentro dos portões da instituição e, posteriormente, no edifício do Lar, em horário em que decorria a higiene dos nossos utentes, tendo sido as nossas trabalhadoras abordadas sem qualquer acompanhamento de algum dos elementos da Direção ou de algum responsável pelos serviços”.
Almiro Machado assume que vai agir judicialmente contra a ação do sindicato por ter, alegadamente, cumprido uma ação dentro das instalações sem estar autorizado.
“Saliento que a nossa posição é de colaboração. Nunca fechamos as portas, nem nunca nos negamos a qualquer pedido de esclarecimento e não estamos contra o Sindicato. Não obstante, entendemos que a forma de atuar não foi a correta e, assim sendo, a situação será tratada junto das instâncias competentes”.