Para tornar aliciante a recolha de sobrantes "é necessário gerar mais-valias" mas, os produtores reconhecem que o tratamento da massa florestal beneficia todo o ecossistema.
Da segurança à eficiência energética passando pela fertilização de solos, "há inúmeras vantagens no desenvolvimento de soluções tecnológicas que permitam dar uso às espécies invasoras da floresta".
Esta mensagem foi deixada no seminário 'Gestão e valor da biomassa em espaços rurais: biochar como vetor de Economia Circular'.
Luís Tarelho, professor da UA, coordenador do projeto BioValChar, admite que este é um passo que pode marcar uma nova era na vida da floresta. (com áudio)
A equipa do projeto 'BioValChar- Valorização sustentável de biomassa residual para biochar' está em jornada de trabalho com atores empresariais. Ir ao encontro da valorização da biomassa florestal residual de baixa qualidade através da sua valorização por pirólise - decomposição termoquímica a temperaturas relativamente baixas, na ausência de oxigénio - para produzir biochar é a grande aposta da equipa de investigação.
Márcia Santos, investigadora no projeto, explica que se trata de criar novos produtos de sobrantes. (com áudio)
Este produto pode ser posteriormente aplicado em solos florestais e agrícolas para aumentar a sua qualidade agronómica, reduzindo as necessidades de irrigação e fertilizantes, com as respetivas vantagens económicas associadas.
Os produtores florestais dizem que essa é uma saída que pode ajudar a estimular a recolha de sobrantes.
Luís Sarabando, da associação de produtores florestais do Baixo Vouga, encontra vantagens nessa aposta na reutilização de materiais mas também como forma de travar o avanço dos incêndios. (com áudio)
O projeto BioValChar foi aprovado no concurso de projetos de Investigação Científica e Desenvolvimento no âmbito da Prevenção e Combate de Incêndios Florestais FCT - 2019.