Reitor da Universidade de Aveiro revela que há ainda um mercado bastante importante para captar alunos estrangeiros.

Portugal ocupa uma posição de destaque ao nível de alunos estrangeiros provenientes da América Central e do Sul (44%) e de África (30%), no total do contexto nacional do ensino superior, mas os reitores revelam que há margem para melhorar.

O número de estudantes estrangeiros em Portugal tem vindo a aumentar progressivamente e quase duplicou de 2011/2012 para 2020/2021.

No ano letivo de 2020/2021 registou-se uma quebra de -10% face ao anterior devido aos impactos da pandemia, com a redução circunscrita aos estudantes em regime de mobilidade.

O ensino superior público representa 78% do total de estudantes estrangeiros inscritos em 2020/21.

Dados que mereceram análise no Universities Portugal, projeto que integra as 16 instituições de ensino superior membros do Conselho de Reitores das Universidades Portuguesas.

O estudo compilado pela Universities Portugal foi apresentado pelo Reitor Paulo Jorge Ferreira, da Universidade de Aveiro, a instituição anfitriã do evento.

Segundo o Reitor da Universidade de Aveiro, “os estudantes vêm de países que têm proximidade com Portugal, seja linguística, cultural ou geográfica”.

“Portugal e Espanha aparecem como principal destino europeu dos estudantes outgoing da América do Sul, mas em muitos casos não são o principal destino em absoluto, o que significa que há ainda um mercado bastante importante neste contexto, particularmente para Portugal, onde a penetração sente-se quase só no caso do Brasil".

Sobre o impacto da pandemia, reforça ainda que "há condições para retomar o crescimento da mobilidade a curto prazo”.

A conferência, que decorreu durante dois dias a 25 e 26 de novembro, contou com diversas sessões e debate público sobre a internacionalização do ensino superior, incluindo estratégias nacionais e europeias de instituições de ensino com oradores de diversos países, além de workshops e partilha de boas práticas para profissionais do setor académico.

“Iniciativas como a Universidades Europeias [que conta com 10 instituições de ensino portuguesas mas que tem apenas uma representatividade de 5% no total de instituições da Europa] são um campo de ensaio de ideias e soluções para programas que estão no horizonte relativos à cooperação. Não se pode perder de vista o impacto que estas iniciativas possam vir a ter, nomeadamente no quadro de reforço de financiamento”, menciona o Reitor Paulo Jorge Ferreira.