Pompílio Souto, da Plataforma Cidades, defende que o debate sobre a ferrovia é decisivo no futuro do país e deve mobilizar cidadãos, a título individual, e especialistas para um tempo em que dinheiro não será problema.
O debate que começa esta quarta, intitulado “Ferrovia em Aveiro, Por Onde; Ligando o Quê; Como e Quando? O Que Pensamos e Temos Para Dizer Sobre Isso?”, mobiliza a cidade e a região em torno de um dos mais importantes investimentos estratégicos desde sempre feitos em Portugal.
A reflexão promete abordar o traçado da nova Linha do Norte e a localização da Estação de Aveiro; a Rede, as Plataformas e os Interfaces afetos às Mercadorias e o modo como articulem o Porto de Aveiro com as Empresas, a Europa e o Mundo.
Pretende ainda analisar as futuras articulações com a Linha do Vale do Vouga.
Pompílio Souto defende que qualquer leitura deve ir mais longe e abordar as ligações à escala regional.
“De nada valeria que eu pudesse chegar do Porto a Aveiro em 25 minutos se depois pagasse e demorasse mais do dobro a chegar a Ílhavo. De nada valeria, também, que dispuséssemos de um ótimo Porto e infraestrutura Ferroviária para Mercadorias se os Empresários não se organizassem para criar volumes de carga e complementos de transporte que diminuam custos e estabeleçam o porta-a-porta que todos ambicionam. De nada valeria, finalmente, que pretendêssemos tudo isso já – de uma assentada e chave na mão”.
Pompílio Souto espera um debate alargado sobre ferrovia e outros transportes coletivos e espaços de circulação pedonal, ciclável e automóvel.
E sobre modelos de desenvolvimento futuro.
“O desafio que temos pela frente é enorme. Nunca tivemos à nossa disposição uma sociedade tão capacitada e tanto dinheiro disponível. Raros foram os Projetos tão ambiciosos e tão capazes de alterar tantas coisas, tão duradouramente, na nossa Cidade, Região e País – e com tão grande impacto na saúde desta nossa casa comum – a Terra. Isto não é só coisa deles, é também coisa nossa. Isto não é Obra do Governo: é obra do Estado e bom seria que fosse da Nação”.
A Plataforma Cidades espera que as três sessões previstas ajudam a sustentar ideias estruturantes.
“Por isso temos de nos envolver no processo de decisão exigindo um objetivo político claro, um referente e um projeto cientificamente credíveis e compreensíveis, sendo que, se assim for, então o nosso papel de Cidadãos é insubstituível – se nos assumirmos como tal – transformando-o em coisa participada, porque responsiva relativamente aos nossos anseios. À noite julgar-nos-emos quanto aos nossos desempenhos e de, quatro em quatro anos julgaremos o daqueles em quem delegámos o poder transitório de governar”.