O PCP diz que há muito tinha avisado para os problemas no serviço nacional de saúde.
Em estimativa feita pelo Partido Comunista Português, em 2015, o Serviço de Cirurgia do Centro Hospitalar do Baixo Vouga “necessitava de mais 12 Cirurgiões para conseguir cumprir dentro da lei as escalas de urgência durante todo o ano”.
“Desde então, saíram pelo menos quatro cirurgiões desse serviço, sem entrada de novos profissionais”, concretiza o Partido Comunista.
No Centro Hospitalar Baixo Vouga a realidade tem-se vindo a agravar neste final de ano com falta de recursos e paragens temporárias em serviços como a urgência cirúrgica e obstétrica.
O PCP afirma o quadro como “preocupante” prevendo que no mês de Novembro seja agravada na cirurgia e pediatria.
“Actualmente a cirurgia é assegurada por 2 cirurgiões e não 3 como deveria, e 2 médicos tarefeiros e no serviço nocturno com um único cirurgião, ficando assim em causa a manutenção do serviço devendo agravar-se nas semanas que se aproximam. Também na pediatria a equipa está reduzida de 3 para 2 pediatras durante o dia ao longo da semana, limitando-se a um aos fins de semana não dando assim o devido apoio à neonatologia, nem dando garantias de ser complementada a escala a partir do próximo mês”.
Nos Cuidados Saúde Primários as perturbações também se fazem sentir com a greve ao serviço extraordinário a causar dificuldades no Serviço de Atendimento Permanente.
O PCP manifesta “preocupação” com as dificuldades vividas em assegurar os serviços necessários na prestação de cuidados de saúde no distrito, “apelando aos médicos, aos restantes profissionais de saúde, bem como aos utentes, que se juntem à luta pela defesa do SNS de qualidade, universal, gratuito, garantindo o direito constitucional à saúde”.
Entende que “políticas de desinvestimento no Serviço Nacional de Saúde, levadas a cabo pelos sucessivos governos PS-PSD-CDS nas últimas décadas, deixaram as populações desprotegidas e à mercê de uma calamidade que se adivinha”.