A Pastoral Juvenil de Aveiro faz balanço à deslocação às Jornadas Mundiais da Juventude na Polónia. O relato é assumido por alguns dos participantes em texto divulgado esta segunda-feira.
Malas feitas, despedimo-nos de Aveiro com a promessa de chegarmos de braços abertos. A igreja aveirense, associada com a igreja de Viana do Castelo procuraram viver este tempo “sonhando juntos” novos tempos e novas formas de viver o Evangelho de Cristo. E a verdade é que alcançamos e fomos misericórdia. Fomos muito bem acolhidos após uma viagem grande na diocese de Sieldce, na cidade de Radzym Podlaski.
A par do carinho das famílias, fomos surpreendidos por uma comunidade viva e alegre sem medo de cantar e dançar em Cristo. Foi também nesta primeira semana que percorremos vários lugares que nos contam a história sofrida da Igreja na Polónia que sofreu e morreu para manter a fé em Cristo, e na unidade da Igreja-vimo-lo em Drelów e em Koden. Com cerca de 70 jovens, Aveiro dividiu-se em famílias onde as partilhas de tradições, costumes e fé foi fruto de cerca de 2anos de preparação o que tornou está pré-jornada inesquecível e muito, pois como diz o provérbio Polaco “Hóspedes em casa, Deus em casa”.
Depois de 8 dias recheados de experiências partimos em direção a Cracóvia onde parámos no campo de concentração de Madjanek. Uma visita onde as palavras falham, os sentimentos fogem e as imagens gritam por si. “Que a nossa sorte vos sirva de aviso” é a mensagem escrita numa pedra do campo que resume esta visita tão intensa.
No dia 25 de Julho ao fim do dia chegámos a Chrzanów, a paróquia de acolhimento durante a jornada. Os dias começavam com as catequeses em português e depois percorríamos cerca de 55km de comboio até Cracóvia.
Na cidade de jornada o encontro intercultural foi uma constante. Centenas de milhares de jovens reuniram-se para a Eucaristia oficial de abertura das jornadas. Na cidade a segurança era uma constante, muitas vezes sem darmos conta. Um dos pontos mais altos foi o primeiro encontro com o Papa Francisco, desafiou-nos a criar pontes, a gritar misericórdia para o mundo sentir e ouvir.
O Campus Misericórdia e foi o espaço de grande encontro onde jovens dos vários continentes passaram a noite depois de uma vigília reconfortante e emotiva com o Santo Padre. Como encerramento destas jornadas o Papa disse-nos que para seguir Cristo é preciso uma grande dose de coragem e estas jornadas foram exemplo disso com todos os imprevistos que dela fizeram parte. Quando partimos para Cracóvia dissemos que sonhar é ser feliz por antecipação, o Papa desafiou-nos a responder ao sonho de Deus. No fim da viagem visitámos o santuário de Czestochowa onde Maria é a Mãe que nos mostra o caminho.
É neste sonho que temos que estar atentos, pois Deus, como nos disse o Papa, espera algo de cada um de nós.
Pe. João Santos“Ouvir a palavra do Papa é sentir o desafio de Deus a sonhar mais longe, a fazer da nossa vida uma vocação de resposta a Deus como nos dizia D. Manuel Felício numa das catequeses matinais. No desafio da vigília e missa final ouvimos o Papa a pedir que não desistamos e a ousar escolhas radicais em comunhão e confiança com Cristo. O caminho da nossa vida é o próprio Senhor, a sua misericórdia o nosso apoio. Que nunca tenhamos medo de o seguir”
Juceleyde Cabral (Aguada de Cima) 21 Anos“Foi um momento único onde conheci pessoas novas! Uma experiência inesquecível, uma entrega por amor! Jamais esquecerei os milhões de luzes provenientes das velas durante a Vigília!”
Helena Fernandes (Aguim) 33 anos“Senti como uma Via Sacra... Muitos desafios, algumas quedas. Contudo, surgiram sinais de ajuda para nós secarmos as lágrimas, para nos levantar! Como responsável dum grupo de jovens digo que não ficamos pela cruz mas chegamos à ressurreição! O Campus misericórdia fez-me sentir mais próxima de Deus.. Consegui olhar para trás e agradeci por todo o caminho percorrido para estar ali! O desafio e as palavras do Papa dão-me alento para continuar a caminhar e manter-me ao seu serviço!
Filipa Santos, (Esgueira) 23anosEsta jornada foi acolhimento, entrega e responsabilidade! Fomos tão bem recebidos, as pessoas ansiavam há muito tempo a nossa vinda. Preocupavam-se connosco, faziam-nos sentir em casa e mais tempo houvesse para vivermos em família! Estudaram a nossa cultura para melhor comunicarem connosco!Em toda a jornada senti-me segura. O povo da Polónia procurou com toda a entrega afastar-nos de problemas para que fosse possível viver esta jornada em plenitude!
Ondina Matos, Diretora do DPJAveiro
Saímos desafiados a “sonhar juntos”, o lema que nos congregou e regressamos na certeza de que, em Deus, realizamos o sonho e “Construímos pontes”. Desde a semana de pré-jornada em Radzyn Podlaski, na Diocese de Siedlce, até ao fim de semana de encerramento no Campus misericordiae com o Papa Francisco e cerca de dois milhões e meio de jovens, fomos fazendo caminho uns com os outros e com aqueles que se cruzavam no nosso caminho.Tivemos dia intensos, alegres, profundos, de criar laços, de duvidar e de acreditar, tal como na vida porque uma jornada é mesmo isso: a vida que nos transporta para a vida, fortalecidos na Fé de uma Igreja viva e jovem!