O Núcleo de Planeamento e Intervenção Sem-Abrigo (NPISA Aveiro) esclarece que tem respostas montadas e que nem todas as pessoas querem ou estão em condições de assumir o alojamento como resposta mais imediata às suas necessidades.
Depois de várias notícias sobre a crise social e o fenómeno dos sem-abrigo, o Núcleo sentiu a necessidade de prestar o esclarecimento.
Salienta que a existência de pessoas em situação de sem-abrigo em Aveiro “não é recente e tem justificado, nos últimos anos, uma intervenção multidisciplinar concertada entre diferentes entidades do concelho que englobam órgãos da administração central, o município e as Instituições Particulares de Solidariedade Social, com o objetivo de apoiar e dar respostas alternativas à situação de quem pernoita e/ou permanece na rua”.
O Núcleo surgiu em 2012 como resposta à problemática “identificada e reconhecida” pelo Conselho Local de Ação Social (CLAS).
Este Núcleo é constituído por 21 entidades concelhias, constituindo-se como parceiros operativos da intervenção, a Câmara Municipal de Aveiro, a Cáritas Diocesana de Aveiro, o Centro de Alcoólicos Recuperados do Distrito de Aveiro, o Centro Distrital do Instituto de Segurança Social e a ARSC-CRI Aveiro e a IPSS Florinhas do Vouga.
A coordenação do Núcleo é rotativa pelas entidades que compõem o grupo operativo e é, atualmente, coordenado pela IPSS Florinhas do Vouga.
O trabalho do NPISA assenta ao nível do planeamento, do diagnóstico e na identificação e mobilização dos recursos necessários à resolução do problema.
Quanto às respostas sociais disponíveis salienta a existência de 2 centros de alojamento temporário, 2 equipas técnicas de rua, refeitório social, balneário, lavandaria e rouparia.
Salienta que além da visão assistencialista imediata trabalha a recuperação dos indivíduos em todas as suas dimensões.
Quantos aos obstáculos enfrentados, diz que tem tentado obter financiamento para a implementação de programas de habitação assistida, nomeadamente Housing First e Apartamentos Partilhados mas sem sucesso uma vez que esse “investimento político central e financeiro não foi ainda conseguido”.
Ainda assim explica que a Autarquia disponibiliza dois apartamentos para o efeito.
O NPISA de Aveiro lembra, ainda, que nem todas as pessoas se encontram em fases da vida que lhes permita aceitar as propostas de apoio existentes.
“Para muitos, as respostas existentes, sobretudo ao nível do alojamento, não vão de encontro às suas necessidades e desejos. É uma decisão individual destes cidadãos que deve ser respeitada e aceite, tendo em conta as suas histórias de vida e os múltiplos desafios com que se debatem diariamente e que requerem, por parte dos técnicos e das instituições, abordagens diferenciadas e prolongadas no tempo”.