“As notícias são tão tristes e dolorosas que temos de tirar ilações. Temos que estimular as pessoas que estão em casa. Não é só ler um livro. É ter compromisso, desafios e rotinas" - Clube Veritas.

 

 

A Rede Aveiro Sénior assinala dois anos e vive, neste momento, um tempo desafiante pela pandemia que chegou em força aos lares de terceira idade, exatamente o público-alvo das ações da rede.

Júlia Melo, Clube Veritas, do Centro Social e Paroquial da Vera Cruz, membro da Rede Aveiro Sénior, falou à Terra Nova, em jeito de balanço, sobre os dois anos de ação.

“A rede existe porque as pessoas sentiram a necessidade de se unir. Técnicos de animação para seniores uniram-se há dois anos. De forma informal 19 instituições organizaram-se. Temos que levar alegria aos idosos. Não há hierarquia mas respeito mútuo e todos os meses temos eventos. A lição a tirar é que o trabalho em equipa permite fazer coisas extraordinárias. Quando trabalhamos em equipa resolvemos as questões. Somos parte da solução”.

A técnica fala de mudanças no último mês pela chegada da pandemia com o trabalho a partir de casa.

“O meu mês tem sido de adaptação em casa em teletrabalho. Trabalho no clube Veritas e no apoio ao imigrante. Mudamos métodos e a mente para inovar. O que a vida nos ensina é que temos de ser firmes e compreender as pessoas. Deixar aflorar a linguagem do amor, da empatia, da preocupação e da compreensão”.

Com as alterações demográficas e sociológicas, existe uma preocupação com o prolongamento de vida ativa cada vez mais na ordem do dia.

“ A idade cronológica é uma coisa e a capacidade da pessoa é outra. Temos um Presidente que não tem idade para ser Professor mas tem idade para ser Presidente. Há pessoas com 40 ou 50 anos que estão velhas. A idade não é indicador do que ainda temos para dar à sociedade. É precisamos de valorizar a idade. Temos que entender porque pessoas novas estão tão velhas e temos que dar ferramentas aos idosos para serem autónomos”.

Júlia Melo salienta que o tempo da pandemia é um tempo em que “tudo novidade” e o combate à solidão um desafio.

“As notícias são tão tristes e dolorosas que temos de tirar ilações. Temos que estimular as pessoas que estão em casa. Não é só ler um livro. É ter compromisso, desafios e rotinas. O compromisso com uma terceira pessoa é que nos estimula. O desafio da vida”.