O Sindicato Independente dos Médicos afirma que os portugueses estão a viver tempos novos e o discurso deve ser o mais possível aproximado à realidade.
Jorge Roque da Cunha defende que é fundamental “tranquilizar os utentes” e manter atitude preventiva.
Na entrevista à Terra Nova explica que a Covid19 trouxe pressão acrescida aos serviços da saúde.
“Como temos vindo a falar tem havido um sub-investimento no setor. Aveiro tinha horas de espera, pessoal cansado e equipas com idades médias altas. Há incapacidade do Ministério para atrair profissionais. Com o aproximar da pandemia ficamos preocupados com a atitude do poder político. A verdade é que o que o Presidente da República pediu para que houvesse verdade e temos assistido a uma preocupação com a comunicação. Mas agora os assessores de comunicação é que parecem liderar. Quando se diz que não falta nada é desinformação. Desafiava o Bastonário e a Ministra a visitarem espaços por todo o país. São mais de 200 médicos infetados e mais de 200 enfermeiros e outro pessoal”.
Jorge Roque da Cunha lembra que a doença também atinge profissionais de saúde e os meios de proteção surgem como elemento fundamental no exercício da atividade.
“Deixam de estar disponíveis para tratar de doença que exige meios e cuja cura é morosa. Uma palavra de agradecimento às câmaras municipais, entre as quais a de Aveiro e Ovar, para que o problema fosse tratado. Os dados estão aí a fazer pressão ao já frágil SNS. Não vamos facilitar”.
Além das infeções, o Coronavírus pode afetar indiretamente o bem-estar psicológico dos cidadãos.
“Os portugueses são um povo de convívio e de afetos e este tempo pode provocar problemas psicológicos”.
O Sindicato apela a que não se baixe a guarda e incentiva as medidas preventivas.
“As eminências que têm aconselhado o Governo e que diziam que em Abril seria o pico da pandemia não fazem sentido. Há atrasos nos testes e com mais testes aumenta a frequência da doença. É provável que os números estejam sub avaliados. Estes matemáticos querem dourar a pílula e agradar ao poder. Não queremos alarmismo nem aproveitamento sindical mas queremos que os políticos não faltem à verdade”.