O novo presidente do conselho de administração do Centro Hospitalar do Baixo Vouga afirma-se tranquilo quanto ao desafio de liderar o projeto num momento de instabilidade e cortes orçamentais na saúde e assume o desejo de afirmar o CHBV como espaço de formação com ligação intensa à Universidade de Aveiro. Aurélio Rodrigues assume que a tranquilidade é elemento chave no desenvolvimento do projeto.
“É um desafio numa carreira de 37 anos de atividade na saúde, de partilha de ações na construção do Serviço Nacional de Saúde. É mais uma etapa como profissional de saúde que sou. Tive várias experiências como executivo e assessor e agora estou de ´alma e coração` neste projeto. Da realidade direta do hospital de Aveiro não tinha conhecimento mas tenho de outros hospitais. As diferenças de funcionamento e atitude são comuns a qualquer estabelecimento de saúde”.
O clima de instabilidade não atemoriza o novo presidente do conselho de administração que promete aposta na criação de canais de diálogo que alguns profissionais denunciaram não existir num abaixo-assinado em defesa da permanência de dois administradores demissionários na anterior administração. “O facto de haver dificuldades e questões a aperfeiçoar ao nível da comunicação interna e externa é estímulo e não uma forma de intimidação ou menos entusiasmo”.
A ligação à Universidade de Aveiro é encarada como pilar no projeto de saúde a desenvolver. O “aluno” da UA que é investigador com uma tese de doutoramento em curso é, agora, o novo homem forte da saúde em Aveiro. “Tenho o feliz privilégio de ser doutorando nesta universidade. É uma coincidência agradável vir dirigir um hospital que tem muitos projetos em curso com a UA e eu apaixonar-me-ei para desenvolver esses projetos”.
Aurélio Rodrigues não esconde que a aproximação entre Centro Hospitalar e Universidade é para aprofundar. “Tenho contactos que irei potenciar. Queremos potenciar essa colaboração. O curso de medicina não teve o sucesso desejado mas isso não vai ser contributo para que o hospital não seja ousado e ambicioso. Vamos intensificar esse trabalho”.
A nova administração assume a importância da ligação à universidade mas recusa assumir para já a intenção de criar um hospital universitário. Assume, isso sim, que vai defender a vocação formadora que a Ordem dos Médicos tem dito estar em causa com o clima de instabilidade e falta de meios.
“Não tenho informação para poder dizer que vamos ter um Hospital Universitário mas é um hospital de formação apesar das notícias que criaram ruído em relação a isso. Tem profissionais de qualidade e condições para ser hospital de formação”.