O Movimento de Amigos da Ria de Aveiro, agora associação sem fins lucrativos, Maria, diz que é preciso acabar com a complacência que permite a chegada de dejetos às águas da ria.
Tudo a propósito da deteção da entrada de “quantidade indeterminada” de dejetos de origem humana provenientes de saneamento doméstico que durante “largas horas”foi lançada na Ria de Aveiro.
Foco detetado no Canal de Mira da Ria de Aveiro, na Gafanha da Encarnação, concelho de Ílhavo, através de uma saída da rede de drenagem de águas pluviais.
O Movimento de Amigos da Ria de Aveiro testemunhou com “indignação e repugnância” o que classifica como “grave crime ambiental” tendo, inclusivamente, alertado e denunciado a situação junto do Serviço de Proteção da Natureza e do Ambiente (SEPNA) da Guarda Nacional Republicana.
O Maria ficou surpreendido com a reação da Brigada do Ambiente que, no local, terá declarado tratar-se de “uma descarga legalmente possível”.
Segundo adianta o Movimento tal é possível a partir do momento em que a Águas da Região de Aveiro “reporte uma avaria” para, “por lei, ser possível seguir este procedimento”.
Os elementos da GNR limitaram-se a registar a ocorrência sem qualquer recolha de amostras para análise, apenas tendo levantado umas tampas de saneamento/águas pluviais a montante do local onde esteve a ser feita a descarga poluente.
O Movimento de Amigos da Ria de Aveiro considera que o lançamento de dejetos poluentes nas águas da Ria de Aveiro, “seja qual for a sua natureza e justificação, é inaceitável, tal como é inadmissível a desresponsabilização das autoridades fiscalizadores que, provavelmente, por falta de meios adequados, vão fechando os olhos a este tipo de situações”.
“Vivemos hoje no século XXI, pertencemos ao bloco dos países mais evoluídos do mundo e, por isso, não podemos aceitar estas situações nem, muito menos, consentir que as autoridades a quem compete fiscalizar e atuar sobre os prevaricadores não o façam de modo enérgico e em tempo oportuno”.