A produção agropecuária de produtos autóctones como o arroz alório (arbório) e a carne de raça marinhoa deve ser uma prioridade na região do Baixo Vouga Lagunar e um elemento distintivo que irá assegurar a sua diferenciação.
A ideia foi consensualizada durante a III Conferência do MARIA - Movimento de Amigos da Ria de Aveiro, durante a qual o tema em destaque foi precisamente o Baixo Vouga Lagunar e os seus impactos na região de Aveiro.
João Paulo Magalhães Crespo, o orador convidado desta iniciativa do MARIA, fez uma longa e detalhada apresentação para caracterizar todo o perímetro contido na região do Baixo Vouga Lagunar, mostrando-se otimista relativamente ao arranque das obras que vão consolidar aquele território como um espaço de excelência de produção agropecuária.
Em resultado de uma intervenção concertada da Comunidade Intermunicipal da Região de Aveiro (CIRA), vão ser em breve lançadas obras que irão permitir a regularização e controlo de uma parte significativa daquele território, impedindo a água salgada de avançar para os terrenos de cultivo e contendo, no inverno, a água das cheias nos terrenos agrícolas.
Na sua apresentação subordinada ao tema “Baixo Vouga Lagunar – defesa primária, a urgência da intervenção”, João Paulo Magalhães Crespo explicou pormenorizadamente o complexo inter-relacionamento do território com os diferentes ecossistemas, sublinhando que aquele perímetro contém alguns dos terrenos agrícolas mais férteis do nosso país.
Na introdução da Conferência, o Presidente do MARIA, Paulo Ramalheira, explicou que, o facto de um município de Albergaria-a-Velha acolher no seu perímetro uma significativa parcela do território do Baixo Vouga Lagunar, justifica só por si que a discussão do tema fosse trazida para o concelho.
Deste modo – disse – o Movimento “cumpre com aquilo que são os seus objetivos mais nobres: promover de forma descentralizada a discussão e reflexão dos temas relacionados e correlacionados com o ecossistema integrado da Ria de Aveiro, enquanto realidade socioeconómica e com forte importância na nossa região”.
Falando no final da Conferência, o Presidente da Câmara Municipal de Albergaria-a-Velha, António Loureiro, congratulou-se com a realização da III Conferência do MARIA nas instalações da Biblioteca Municipal de Albergaria-a-Velha, salientando que o Movimento “está de parabéns por trazer estas temáticas para a discussão pública”.
No território do Baixo Vouga Lagunar, frisou o autarca, “são mais as coisas que nos unem do que aquelas que nos separam” e, por isso, “o valor deste património ambiental, que é algo que diz respeito a todos, deve ser recuperado e protegido”.
Em representação dos patrocinadores do evento, Vasco Lagarto, Presidente da Fundação António Pascoal, e Pedro Martins Pereira, responsável da Larus Design, sublinharam a utilidade e a oportunidade da realização da Conferência no concelho de Albergaria-a-Velha e desafiaram o MARIA a levar a sua mensagem às escolas da região, repto que foi imediatamente aceite pelos dirigentes do Movimento e que vem, aliás, ao encontro, das suas prioridades.
A III Conferência do MARIA, dedicada ao Baixo Vouga Lagunar, teve os apoios da Câmara Municipal de Albergaria-a-Velha, Fundação António Pascoal, Larus Design, Leader Connect e Rádio Terranova.