A Juntas - movimento feminista de Aveiro - pede políticas públicas de resposta à pandemia para garantir a saúde pública mas vai mais longe num apelo à garantia de “direitos e proteção social” com medidas que garantam a igualdade de género.
Teme pelo agravamento da pandemia com a crescente necessidade de cuidados informais das famílias a crianças, idosos e pacientes num quadro em que estes cuidados são, muitas vezes, desempenhados por mulheres num trabalho não pago.
“A maior parte do trabalho de limpeza doméstica e de cuidado informal (de crianças e idosos) é desempenhado por mulheres, muitas delas sem contrato de trabalho e que se vêm agora sem direito ao pagamento de baixa paga, apesar de estarem em trabalho de risco acrescido de contágio. Algumas também são despedidas sem a salvaguarda dos respetivos direitos laborais”.
Condições sociais e violência doméstica entre os temas que preocupam o movimento feminista.
“O fecho das escolas apresenta um impacto diferenciado em muitas famílias, onde as mulheres assumem na maioria o papel de cuidadora. O isolamento social das famílias pode levar à intensificação de situações violência doméstica e devem ser implementadas políticas especialmente dirigidas para a proteção das vítimas”.
A Juntas quer que seja incorporada uma análise de género na resposta à crise pandémica para melhorar a eficácia das intervenções na saúde pública e promover a igualdade de género.