O movimento Juntas analisa dados de 2020 para concluir que continua a exigir-se uma intervenção mais atenta para evitar os fenómenos de violência doméstica.
Segundo os dados revelados pelo Conselho Superior de Segurança Interna, apesar de uma ligeira diminuição em 2020, a violência doméstica continua a ser o crime com mais participações em Portugal.
Aveiro é um dos distritos do país em número registado de ocorrências (1915), superado por Braga, Setúbal, Porto e Lisboa.As principais vítimas da violência doméstica continuam a ser mulheres (75%), 81% dos denunciados são homens; 49% das ocorrências verificam-se entre cônjuges e 6% das ocorrências acontecem entre ex-cônjuges. As vítimas têm na sua maioria idades superiores a 25 anos (93%).A Juntas – Movimento Feminista de Aveiro – retoma um tema que já tinha trazido a público para reclamar medidas que atenuem os casos agravados pela pandemia.
“Desde o início da crise sanitária, consideramos que a situação iria forçar muitas mulheres e crianças a fazer o confinamento com os seus agressores. Esta convivência com os agressores, iria levar a uma diminuição drástica do número de queixas – redução que não é reflexo de uma diminuição real do número de casos, mas sim consequência das condições de confinamento”. A
O movimento defende que “devem ser garantidas respostas adequadas e suficientes de acolhimento de emergência para as vítimas de violência doméstica quando necessário”.
“É ainda essencial assegurar uma alteração de paradigma, obrigando os agressores a mudarem de residência e não as vítimas como acontece atualmente. É igualmente importante assegurar que seja estabelecido o quanto antes o estatuto de vítima para crianças em contexto de violência doméstica e o reforço das campanhas de sensibilização e divulgação”.