A Quercus Aveiro afirma-se preocupada com a construção de apoios de praia nas dunas das praias do concelho de Ílhavo e afirma que é necessário explicar essas operações.
São intervenções na orla costeira, no âmbito do Plano de Ordenamento da Orla Costeira (POOC) Ovar-Marinha Grande, e que levaram à deslocalização de alguns apoios.
Do areal onde estavam sujeitos aos avanços do mar, alguns bares estão agora no cimo da duna de onde foi necessário arrancar vegetação.
Para os ambientalistas há incongruência entre documentos que dizem assegurar a defesa dos recursos e práticas que vão em sentido contrário.
“As dunas são um elemento natural de defesa contra a ação dos elementos naturais e de primordial importância na prevenção da erosão costeira, pelo que devem, e têm, de ser preservadas".
"É por isso que não se compreende que se façam obras na crista das dunas com a utilização de maquinaria pesada (o que leva a uma mobilização de grande quantidade de material arenoso e a destruição completa do coberto vegetal), e se insista na sua destruição através da instalação de estabelecimentos de restauração e bebidas (eufemisticamente designados por apoios de praia) no topo das dunas", refere a Quercus.
O mais recente empreendimento está a causar surpresa pela volumetria.
“Com a deslocação dos bares para a duna pretende-se colocá-los a salvo das tempestades; mas, e as esplanadas? Justifica-se, ou como se explica, que existam esplanadas (que elevam a área total ocupada pelo bar) no topo de uma duna que importa preservar?".
Questiona ainda a densidade de apoios, colocados em cima da duna e próximos uns dos outros.
"E como se justifica a estrutura construída junto à saída para a Rua Manuel Facica? Com aquela dimensão, naquele local, com outros dois bares nas proximidades e a Av. João Corte Real a escassos 100 metros?".
A Quercus diz que cabe um esclarecimento das entidades que licenciaram estes investimentos mas antevê já uma resposta que garanta o cumprimento das normas e por isso conclui que a defesa das dunas e o combate à erosão costeira precisam de revisão.
“Se for entendimento que nada foi mal feito, ou apenas se venha a comunicar que 'não foi cometida qualquer ilegalidade', então assume-se que as referidas entidades não estão minimamente empenhadas em preservar as dunas e em combater a erosão costeira".