A maioria na Câmara de Ílhavo faz balanço positivo ao primeiro ano do segundo mandato autárquico de Fernando Caçoilo na liderança da Autarquia.
Destaca a redução da dívida acima dos 50%, a diminuição do serviço da dívida e o equilíbrio das finanças municipais na relação entre a receita e a despesa, culminaram com a libertação das obrigações e restrições inerentes ao cumprimento do PAEL e da chamada Lei dos Compromissos.
Assume “confiantes horizontes” para as gerações vindouras com o “controlo rigoroso dos dinheiros públicos” mas diz ter obra para mostrar.
A rotunda da Barra, o corredor ciclável na cintura externa da Gafanha da Nazaré, a reformulação do serviço Ílhavo IN, a conclusão da Rede de Saneamento na Gafanha da Nazaré e os projetos de execução da Rede nas Gafanhas de Aquém e da Boavista (S. Salvador) e na Gafanha da Encarnação e Gafanha do Carmo são apresentados como sinais de investimento público qualificador.
A segunda fase da requalificação da Av. Fernão de Magalhães (Praia da Barra); as candidaturas dos projetos de reabilitação urbana no centro de Ílhavo; as faixas de gestão de combustíveis; a aprovação do Plano Municipal de Defesa da Floresta Contra Incêndios ou a revisão, em curso, do Plano Diretor Municipal são outros tópicos apresentados no balanço autárquico.
Reabilitação de escolas, novas valências e a assunção da totalidade da gestão das Atividades Extra Curriculares, a preocupação com ações de formação dos vários agentes educativos (Alunos, Assistentes Operacionais, Pais e Encarregados de Educação) e a “excelente” relação com as direções dos três Agrupamentos de Escolas, espelham, segundo a autarquia, “a visão e preocupação que o Executivo tem com a Educação e a Formação”.
A educação ambiental com a distinção de Ílhavo como o único Eco-Município do continente com 100% de escolas galardoadas, a relação com as Instituições de Solidariedade Social presentes no Município; a atribuição de Bolsas para o Ensino Superior; a participação na proteção das crianças e jovens com um trabalho na CPCJ de Ílhavo, as políticas para seniores, a atividade de estruturas públicas como a Biblioteca Municipal, o Centro de Documentação, CIEMar, 23 Milhas e Museu Marítimo e o reconhecimento do projeto da Vista Alegre com o Prémio RegioStars2018 surgem como focos de uma política cultural que a autarquia destaca como dinâmica.
A mobilização comunitária em áreas de juventude, cultura e desporto e as parcerias com os clubes, o triunfo do Illiabum na Taça de Portugal, a construção da bancada no Campo do Vista Alegre ou o diálogo sobre o projeto de requalificação do Complexo Desportivo do Gafanha são apontados como exemplos de sucesso na articulaçao com o tecido associativo.
Fernando Caçoilo deixa palavra especial para as Juntas de Freguesia pela articulação entre os diferentes poderes e revela que nesse trajeto de racionalização há também papel “fundamental” das Juntas.
O autarca retoma a ideia de gestão do Município como “Grande Cidade” e diz que o futuro passa pela consolidação do modelo de gestão.
“Apesar da renovação verificada na Vereação Municipal, este primeiro ano do desempenho autárquico foi assinalado por um conjunto de marcos importantes que consolidam uma gestão rigorosa, eficiente e transparente, centrada no Município, nas suas Gentes, nos seus tecidos Empresarial, Comercial e Associativo”.
O primeiro ano de mandato esteve em análise no programa “Discurso Direto”. Para o PS foi um ano de bloqueio.
“Ano sem ambição, ano perdido. Nestes tempos, estar parado é andar para trás”, resumiu Eduardo Conde que vê o PSD a manter a criação de obstáculos à fiscalização do exercício da maioria.
“Nada caminha na maioria para trazer cidadãos para a política e a abstenção a crescer acima da média nacional. As pessoas sentem-se empurradas para fora. A maioria não aceita e dificulta a participação. Temos que mendigar a informação”.
O PP revela que a questão em torno do debate político retira atenção aos conteúdos e sugere maiores cuidados com o tom desse debate.
“Há uma crispação constante entre PS e PSD. Isto é um pingueponge constante. É assim aqui e noutros municípios”, disse Carlos Pedro Ferreira.
Para Ricardo Santos, do BE, o debate é natural mesmo que mais crispado nalguns momentos.
“A crispação é natural quando há diferenças. Faz parte do debate. Isso não justifica que se complique o debate mas eu não tenho razões de queixa. Nunca senti obstáculos”.
Quanto à gestão, o BE reconhece méritos mas admite que o controlo da dívida pode estar bloquear a gestão. “Os projetos funcionam mas parecem inertes na área dos museus. Falta interação com parcerias e itinerâncias. Em Ílhavo isso está estagnado. Há projetos herdados, consolidados, mas não se acrescenta nada. Registo falta de fulgor”, resumiu Ricardo Santos.