O PCP de Ílhavo reage ao encerramento do balcão da CGD na Gafanha da Nazaré.
Afirma-se solidário com as populações e diz que vai chamar o Ministro das Finanças à Assembleia da República para questionar as orientações do Governo para a CGD.
Numa tendência que tem vindo a reduzir o número de bandeiras bancárias na cidade é o caso da Caixa que está a provocar mais agitaçao, por se tratar de um banco público.
A Comissão Concelhia de Ílhavo do Partido Comunista Português assume “profunda preocupação” pelo impacto na vida dos cidadãos assumindo para a CGD “papel estratégico no país”.
“Sendo este mais um encerramento de uma agência bancária na Gafanha da Nazaré, que priva os seus cidadãos do acesso a um serviço fundamental, este em particular é efectivado pelo banco público, que deve ter a obrigação de desempenhar um papel de proximidade para com a população. Este encerramento é ainda mais incompreensível quando se considera que a CGD anunciou lucros de 486 milhões de euros no primeiro semestre de 2022, não havendo qualquer sinal de desequilíbrios financeiros no banco público, antes pelo contrário”.
O PCP diz que a questão não é nova e vê nos encerramentos um processo que “visa transferir clientes e negócios rentáveis para a banca privada” recordando o encerramento de mais de 300 agências nos últimos 10 anos e a redução de 3300 trabalhadores no mesmo período.
Pede intervenção do Estado nas linhas orientadoras da CGD, “de modo a garantir que esta cumpre o seu objectivo público e que não seja desmembrada em favor da banca privada”.
“O processo de capitalização da banca privada, que sofreu e sofre com as suas práticas especulativas e predatórias, não pode ser feito à custa da banca pública, nem do Estado, ou seja, dos portugueses”.
Nos últimos anos, a política de encerramentos tem vindo a ganhar força no setor bancário.
Santander, BPI, Novo Banco e Caixa são algumas das insígnias que deixam de ter representação na cidade portuária.
A agência da CGD encerrará no próximo dia 27.
Tem sido nas redes sociais que mais se nota o desagrado da população mas também a Junta de Freguesia deixou protesto contra uma decisão que diz ser “unilateral” e sem “auscultação às entidades autárquicas, tecido empresarial ou população”.
Entre os cidadãos ouvem-se apelos ao encerramento de contas como forma de responder à decisão do banco público.