Fernando Rosas e José Franco participaram numa conversa sobre Religião e História em Albergaria.

O Cineteatro Alba foi um dos locais escolhidos para receber uma das catorze sessões de 'Palavras no Tempo', um projeto que promove a reflexão sobre questões relacionadas com Ciência e Religião em vários pontos do País.

Na noite de ontem, os historiadores Fernando Rosas e José Eduardo Franco foram convidados a discutir os seus pontos de vista sobre Religião e História, tendo demonstrado opiniões diferentes sobre a relação entre estas duas áreas.

Para Fernando Rosas, a História e a Religião, em termos epistemológicos, "apresentam duas formas diferentes de aproximação à realidade e embora a Religião possa ser objeto de estudo da História esta não pode ser transformada num instrumento de revelação de verdades divinas. A dúvida é parte integrante do método histórico enquanto, na Religião, existe o dogma da fé". Por seu lado, José Eduardo Franco salientou que "a ideia linear e ascendente da História, onde está inerente a ideia de progresso, é inspirada na matriz judeo-cristã". Para este historiador, "a religião está a desaparecer dos manuais escolares, sendo que esta depuração não contribui para o desenvolvimento cultural dos mais jovens. Houve um fundamentalismo laico", salientou.

No final desta sessão, o público foi convidado a colocar algumas questões, tendo sido abordadas as dificuldades de um ateu em estudar fenómenos religiosos, o lugar da crença no trabalho do historiador ou a crítica das fontes históricas.

Para além desta sessão, foi desenvolvida uma atividade com os estudantes do ensino secundário sobre Ciência e Religião na manhã de sexta-feira.