É o final formal de um processo com mais de 30 anos.
Os ex-trabalhadores da Frapil ou os familiares dos que já morreram recebem nos próximos dias parte dos salários em atraso há 35 anos.
Em declarações à Lusa, o coordenador da União dos Sindicatos de Aveiro (USA), Adelino Nunes, disse que os primeiros a receber os cheques foram os ex-trabalhadores da Frapil que tinham advogados particulares.
O dirigente sindical adiantou ainda que o administrador judicial também já enviou os cheques para a USA para distribuir pelos cerca de 200 trabalhadores representados pelos sindicatos no processo de insolvência.
"O administrador de insolvência mandou os cheques para os sindicados na segunda-feira e estamos a fazer as declarações para os trabalhadores assinarem quando vierem cá receber os cheques", disse Adelino Nunes.
O dirigente sindical referiu que vão começar a chamar na quinta-feira os trabalhadores para entregar os cheques, "dentro das condicionantes que o estado de emergência permite".
Vendido o último terreno da massa falida, foram assegurados pagamentos de dívidas à Segurança Social, Centro de Emprego e aos cerca de 200 de ex-trabalhadores e herdeiros.
A Frapil, empresa de fabrico de motores e alternadores eléctricos de Aveiro, entrou em falência em 1995, deixando uma dívida aos trabalhadores de cerca de 2,5 milhões de euros, a título de salários e subsídios que estavam por pagar desde 1985.
Devido à demora judicial no processo de falência, o Estado Português foi condenado por duas vezes, em 2000 e 2019, pelo Tribunal Europeu dos Direitos do Homem a pagar uma indemnização a cada trabalhador lesado.
Texto: Lusa