Etnomusicólogos e especialistas em música reunidos em Aveiro até sábado.

A CPLP "deveria evoluir para, progressivamente, deixar de ser uma comunidade de países para se converter numa comunidade de povos irmanados por um idioma comum.

Uma política de 'língua' é essencial", disse Anacoreta Correia, Embaixador e Presidente do Observatório da Língua Portuguesa, hoje, na abertura da conferência que reúne na Universidade de Aveiro, etnomusicólogos, especialistas e responsáveis de arquivos de vários países de expressão portuguesa para debateram a criação de um arquivo sonoro lusófono, num congresso dedicado à música lusófona em discos de 78 rotações, que decorre esta semana, até sábado.

O encontro debate vai as mais importantes coleções discográficas de 78 rpm recenseadas em Portugal, Brasil, Moçambique e Cabo Verde e perspetiva-se que venha a ser o “embrião” de um arquivo sonoro lusófono. Susana Sardo, responsável pela realização do congresso, destaca a importância de criar as bases de um arquivo sonoro (com áudio).

"A constituição de um grande portal da discografia 78 rpm no mundo lusófono, a partir de um mecanismo agregador" associado ao projeto Memórias de África e do Oriente (memoria-africa.ua.pt/), e a publicação de um livro sobre Música e Lusofonia em Acervos de 78 rpm, são dois dos temas de trabalho dos congressistas.

Entre outros responsáveis e investigadores de países lusófonos, estarão presentes Paulo Costa, diretor do Museu Nacional de Etnologia, e Eduardo Leite, responsável pelo arquivo sonoro da RTP.

Apesar do incremento nos últimos anos da pesquisa e digitalização de coleções sonoras em países lusófonos, em parte devido ao impacto de novas tecnologias de digitalização, "é ainda escassa a prática partilhada de investigação sobre esses acervos, que espelham práticas musicais historicamente formadas no triângulo do Atlântico Sul onde se inclui Portugal, Brasil e os países africanos de expressão portuguesa". A realização do congresso “Música e Lusofonia em Acervos de 78 rpm” resulta de uma Parceria entre a Universidade de Aveiro (UA), a Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (UNIRIO) e o Instituto Moreira Salles.

Foto: CickIn