O II Encontro da Comissão de Proteção de Crianças e Jovens de Estarreja, sob o mote “Violência… Marcas que marcam”, está marcado para esta quarta-feira.
As marcas da violência nas crianças e jovens, nas suas famílias e nos profissionais que cuidam e fazem parte do sistema de proteção, resultantes da exposição a situações de violência e agravadas pela pandemia COVID-19, estarão em reflexão no II Encontro da CPCJ de Estarreja, no Cineteatro de Estarreja.
A pandemia COVID-19 que assolou o mundo em 2020 tornou-se a maior emergência de Saúde Pública que conhecemos no último século, impondo desafios ao nível da vida profissional, familiar e social para os quais ninguém estava preparado.
De um dia para o outro, o modo de vida das pessoas mudou radicalmente e, de repente, vimo-nos confinados ao espaço de casa, que passou a ser o lugar da família, o gabinete de trabalho e a sala de aulas. A presidente da CPCJ de Estarreja, Isabel Simões Pinto, nota que “esta nova realidade teve impactos enormes nas famílias e, na verdade, em algumas famílias quer as relações conjugais, quer as relações entre pais e filhos sofreram prejuízos significativos, em resultado do desconforto que conduziu a partilha do espaço que passou a ser, por vezes, difícil pelas diversas funções que tiveram em simultâneo.”
Isabel Simões Pinto realça que será um Encontro “de partilha e conhecimento de diferentes perspetivas de atuação no âmbito desta problemática” com a missão “de contribuir para a valorização do bem-estar emocional das famílias e do bem-estar psicológico de quem cuida e tem uma missão profissional no sistema de proteção.”
Durante todo o dia, e com um programa composto por três painéis de discussão, especialistas, psicólogos, professores, médicos e criminólogos juntam-se à mesa para debater o combate a este flagelo social.
A sessão de abertura da iniciativa, marcada para as 09h00, contará com as intervenções do presidente do Município de Estarreja, Diamantino Sabina, da presidente da CPCJ de Estarreja, Isabel Simões Pinto, e da presidente da Comissão Nacional de Promoção dos Direitos e Proteção de Crianças e Jovens (CNPDPCJ), Rosário Farmhouse.
Com moderação da Chefe de Setor da Assessoria Técnica aos Tribunais do Núcleo de Infância e Juventude, Esmeralda Morgado, às 09h30, o primeiro painel refletirá sobre “As Marcas de Violência na Infância” com a oradora Joana Cerdeira, Psicóloga na CNPDPCJ, e Ana Isabel Sani, Psicóloga e Professora Associada com agregação na Universidade Fernando Pessoa.
Às 11h30, no segundo painel, moderado pelo Comandante Distrital da GNR de Aveiro, o Coronel João Carlos Fernandes, os dois convidados João Redondo, Médico Psiquiatra e Coordenador do Serviço de Violência Familiar do CHUC, e Joana Amaral Dias, Psicóloga Clínica, Professora Universitária e Ativista, vão responder à questão “Fim à Violência: Qual o caminho a percorrer?”.
A fechar o programa, às 14h30, o último painel intitulado “A culpa não é minha!” e com moderação da Psicóloga da Associação Portuguesa de Apoio à Vítima, Marlene Fonseca, conta com a participação de António Manuel Ribeiro, Músico, compositor e intérprete da Banda UHF, que abordará o tema do Stalking (perseguição obsessiva), partilhando a sua história pessoal de vítima desta forma de violência, e de Mariana Pinto, Criminóloga e Técnica de Projeto na APAV.