Doutorada da UA cria guia para professores do 1º CEB.

A utilização da paisagem linguística urbana como recurso educativo para o 1º ciclo do ensino básico destaca-se num novo guia, da autoria de Mariana Ribeiro Clemente, doutorada pela Universidade de Aveiro (UA).

O Guia “Paisagem linguística na cidade: orientações e propostas educativas interdisciplinares para o 1º Ciclo do Ensino Básico” procura valorizar o potencial deste conceito para o desenvolvimento de múltiplas competências e de disposições e capacidades de pensamento crítico e criativo.

O novo Guia, lançado pela UA Editora, inclui a apresentação do conceito paisagem linguística e propostas concretas para a sua exploração educativa, em articulação com conteúdos do 1º Ciclo do Ensino Básico (1º CEB).

As propostas educativas aqui incluídas, bem como as imagens fotográficas, resultam de uma investigação de doutoramento realizada na UA e financiada pela Fundação para a Ciência e Tecnologia (Clemente, 2017).

Mariana Ribeiro Clemente trabalha no Instituto de Investigação em Design, Media e Cultura (ID+), polo do Departamento de Comunicação e Arte da UA, e colabora com o Centro de Investigação em Didática e Tecnologia na Formação de Formadores (CIDTFF) da UA.

Este Guia Educativo destina-se aos professores do 1º CEB, não se excluindo a possibilidade de adaptação das propostas e recomendações apresentadas para outros Ciclos do Ensino Básico, tais como o 2º CEB e a educação Pré-Escolar. Poderá ainda constituir-se como um objeto de interesse para a formação de inicial de futuros educadores do pré-escolar e professores do 1º/2º CEB, professores bibliotecários, alunos de pós-graduação e investigadores de várias áreas/disciplinas.

“Uma escola transformadora, um laboratório imaginativo do mundo”

Como refere a autora, privilegia-se "a ideia de leitura da paisagem urbana como uma ação não só descodificadora e atribuidora de sentidos (perceber o que está) mas também construtora do mundo e de memórias (intervir e desenhar a paisagem). Por isso, ler uma paisagem, ler a paisagem linguística como um texto construído e em construção é complexo, desafiante que dá a quem lê um mundo enriquecido com mais páginas e mais rostos. Conceber uma tal postura perante o ensino e a aprendizagem significa necessariamente equacionar abrir os muros da escola para o exterior, significa trazer também as cidades e as suas ruas para dentro da sala de aula, significa repensar e redesenhar os espaços educativos favorecendo uma maior interação entre espaços e tornando a paisagem escolar mais flexível e promotora da criatividade. Trata-se de conceber uma escola transformadora, um laboratório imaginativo do mundo".

Espera-se que seja um contributo para o desenvolvimento de novas práticas educativas, para redesenhar e ampliar o espaço da escola, afirma Mariana Ribeiro Clemente.

Espera-se ainda, acrescenta, que a exploração educativa da paisagem linguística se possa traduzir na ampliação do leque de valores, de discursos e de representações que as crianças têm sobre o mundo para que o possam escrever, desenhar e ler de uma forma criativa e tolerante.

 

Texto: UA