Sete casos confirmados de infeção por Covid19, em Ílhavo, e a mensagem de que para a densidade populacional do Município segue uma tendência positiva mas não pode baixar a guarda. Mensagem deixada pelo responsável pelo Agrupamento de Centros de Saúde do Baixo Vouga que pede o máximo de atenção e reserva aos cidadãos na sua vida social.
“Apesar de ílhavo ter dados controlados não é caso para desmobilizar”.
Pedro Almeida lembra que há 7 confirmados mas dezenas de suspeitos devido ao contacto com os infetados ou porque são provenientes de outras áreas de contágio.
Na política de reformulação de serviços de saúde, anuncia a preparação de um mecanismo para fazer testes no Centro de Saúde "sem sair do automóvel".
“Vamos criar um circuito no centro de saúde para pessoas sintomáticas. Fazemos o teste com o utente dentro do carro. Estamos a trabalhar para fazer em ílhavo rastreios à população sintomática. Não é para acesso generalizado. Isto obedece a regras muito restritas”.
No contexto regional, Anadia e Vagos, com menos densidade populacional e menos casos, são os que preocupam menos por agora. Mas, por outro lado, são os municípios com maior exposição pela população que é mais idosa.
“Anadia tem mais população que Albergaria e menos casos. Basta que isto entre num Lar e desequilibra tudo. Quanto mais urbanas as cidades maior a probabilidade de se expandir”.
Aveiro, Águeda, Ovar e Ílhavo centram atenções para investir nos Centros de Teste.
“No ACES, falamos dos 11 Concelhos onde o grande desafio é Ovar pois já ultrapassámos os 100 casos e onde há cordão sanitário. As outras situações não são tão problemáticas. A população deve entender que isto não é seguro para ir para a rua e a qualquer momento pode disparar”.
O Presidente do ACES do Baixo Vouga entrevistado na Terra Nova com a explicação sobre a reformulação dos serviços com cuidados de saúde.
Os serviços complementares que existiam ficam em suspenso para concentrar meios nas infeções respiratórias.
“Observamos dezenas de doentes por dia em avaliação. Há sintomatologia de outras doenças que precisamos de continuar a cuidar na área respiratória. Criamos este circuito independente para proteger os utentes”.
Pedro Almeida refere que este conceito de mitigação é sobretudo dirigido aos serviços e organização de saúde.
“Obriga-nos a adaptar face ao contexto de epidemia. Passamos dos cuidados normais para a retirada das populações dos centros de saúde que passam a ser áreas de risco. O que apelamos é que contactem as unidades via telefone. A reestrututração proporciona a manutenção de algumas atividades e salvaguarda a saúde das populações. Reestruturamos de molde a continuar a prestar cuidos mas de outra forma”.
Com a pandemia a entrar na fase aguda, o ACES diz eu ainda é cedo para balanços.
“O trabalho ainda está a começar”.
O alerta laranja que vigora é explicado pela exposição de alguns municípios e algumas atividades industriais que motivaram maior exposição a zonas de risco na Europa.
“Aveiro é um Distrito com muitas diferenças entre Concelhos. Há muitos Concelhos industriais na área do calçado que estiveram recentemente em Milão. O mesmo que Felgueiras. Depois temos o concelho de Ovar onde há contágio comunitário. Isso inflacionou o contexto do Distrito”.
Pedro Almeida confia que o Distrito e o país podem evitar cenários dramáticos como os de Itália e Espanha se as populações minimizarem riscos.
“Espero que não cheguemos a esses extremos mas também dependemos dos comportamentos responsáveis. Temos que apelar ao civismo da população. Se aguentarmos a quarentena não chegaremos esse ponto mais dramático”.