"Um mau exemplo que não dignifica a autarquia" nos Concursos de pessoal. É desta forma que PS e a 'Maioria' falam do caso levantado por uma concorrente num Concurso da autarquia, em 2010, que está ainda a causar celeuma.
A Câmara de Aveiro rejeitou o recurso hierárquico apresentado por uma economista, que alega que o Concurso de ingresso a que se submeteu em 2010 "foi viciado para favorecer um outro candidato que já havia trabalhado na autarquia". A visada, que pediu para usar da palavra no período de intervenção do público na reunião do executivo, salvaguardando a sua identidade, lamentou a decisão, justificada com a impossibilidade legal da Câmara contratar novos funcionários por estar ao abrigo do Fundo de Apoio Municipal (FAM).
Segundo o que expôs, o concurso de ingresso para um lugar de técnico superior acabaria por ser declarado 'deserto', depois de ter contestado os resultados e a classificação, em que havia uma sobre-avaliação de outro candidato, que já havia trabalhado no departamento camarário a que a vaga se destinava. Uma vez que teve a melhor nota na prova de conhecimentos, acabou por ser depois excluída com uma nota negativa na prova de entrevista, algo com que a economista, que já foi docente em Coimbra e no Porto, não se conforma.
Na reunião de Câmara realizada ontem, a docente queixou-se do processo, apresentou argumentos que no seu entender configuram viciação e manifestou-se desapontada com o executivo de Ribau Esteves por não reparar o procedimento admitindo manter a contestação.
O atual Presidente da Câmara, Ribau Esteves, havia comentado que o Concurso aberto pelo executivo liderado por Élio Maia "foi mal aberto" e que "o procedimento foi anulado porque tinha um objetivo que falhou". Não deixou de estranhar algumas apreciações feitas pelo júri. (com áudio)
O Vereador João Sousa, do PS, critica o que diz ser "a forma pouco transparente como o processo foi conduzido ao longo do tempo". "Contesto as questões colocadas na entrevista à candidata. Estamos a falar de alguém que é licenciada há alguns anos. Como é que lhe perguntam como se organiza um Departamento económico e financeiro? Que medidaa aplicaria para conter o aumento das despesas numa Câmara em dificuldades?!? Mas que perguntas são estas?", questionou.