A criação de estacionamento subterrâneo no Rossio, em Aveiro, está de novo na agenda da autarquia como forma de responder ao aumento de pressão na zona mais turística da cidade.
O Plano Estratégico de Desenvolvimento Urbano prevê soluções ao nível de acessibilidades e mobilidade e poderá enquadrar essa aposta ao nível do aumento da oferta de lugares de estacionamento. Apostar na diversificação de pontos de interesse é outra das apostas (com áudio).
O tema tinha sido levantado por Manuel Oliveira Sousa, vereador do PS, a propósito da “pressão” sentida no Rossio. Apontou como exemplo a falta de sanitários e outras estruturas de apoio ao estacionamento de autocarros.
“É um problema que se nota cada vez mais. Como encontrar soluções para que não cheguem todos ao Rossio? Precisamos de outros percursos e roteiros utilizando depois os moliceiros para chegar ao Rossio”.
Ribau Esteves admite que essas dinâmicas serão consolidadas com a valorização do edifício Fernando Távora, Museus e Centro Coordenador de Transportes. Lembra que a lógica no passado assentou no eixo Alboi – Rossio com a criação de uma ponte “chumbada” pela população.
O debate sobre acessibilidades foi também espaço de memória sobre o dossiê da ponte que chegou a estar prevista para o canal central. João Sousa, vereador do PS, lembra que foram os movimentos cívicos e o PS quem impediram que a maioria PSD/PP que suportava Élio Maia concretizasse o projeto.
“O que não queria deixar de vincar era que se a ponte sobre o canal não foi feita foi porque o movimento e o PS aqui numa reunião se pronunciou sobre a não construção”.
A reunião do Executivo Municipal ficou marcada pelo debate sobre turismo com a vereadora do Movimento Independente Juntos por Aveiro, Rita Encarnação, a chamar a atenção para o risco do bairro da Beira-Mar se transformar num espaço descaraterizado à semelhança do que acontece com o Bairro Alto em Lisboa:
“Estamos a crescer há cinco anos mas temos que ser proativos. Lisboa olha para o Bairro Alto e percebe que as pessoas que vivem lá deixaram de se identificar com aquilo e sentem-se turistas na própria casa”.
Ribau Esteves salienta o crescimento do turismo em mais um ano de recordes. Depois da explosão em 2015, o ano 2016 segue a tendência de crescimento acelerado. O autarca de Aveiro diz não temer pelos bairros históricos que têm alma própria.
“O fenómeno Lisboa é diferente do fenómeno Aveiro. Nem dá para comparar. A Beira-Mar tem uma cultura identitária e fortaleza comunitária que o Bairro Alto nunca teve. Há gerações novas que ali querem viver”.
O debate na reunião de Câmara desta quarta-feira fica ainda marcado pela informação sobre duas campanhas promocionais para dois anos (2017 e 2018) com os Municípios da Região a beneficiarem de 1,4 milhões de euros em fundos europeus para fazer essa promoção.