José Fragata afirma que o erro nos hospitais acaba, em média, com uma morte em cada 300 internamentos. O orador de mais uma Conferência 'Marés', no Centro Hospitalar do Baixo Vouga, Chefe de Serviço da Carreira Médica Hospitalar no Hospital de Santa Marta e Vice-Reitor da Universidade Nova de Lisboa, não fugiu ao impacto dos números para dizer que a questão financeira é de monta, "podendo chegar aos 220 milhões por ano", mas também uma questão de confiança no sistema. (com áudio)
Os custos dos erros em ambiente hospitalar em Portugal revelados hoje em Aveiro.
Cirurgião cardíaco desde 1985, desenvolve uma ativa prática cirúrgica, tendo como sub-especialidade a cirurgia cardíaca pediátrica, José Fragata dedica ainda muito do seu tempo ao ensino e à investigação. Autor de cerca de 150 comunicações e de 40 trabalhos científicos, os seus interesses são, para além da cirurgia cardíaca, a gestão da saúde, com ênfase para a estratificação do risco clínico, a avaliação da performance, a análise dos erros e a gestão clínica.
Com recurso a uma linguagem figurada explicou o impacto do erro na vida dos utentes. "Um em cada 300 utenets tem alta probabilidade de morrer nos processos de internamento nos Hospitais. A probabilidade de morte por erro médico é de um para 300. Um dos utentes vai morrer, quando entra no Hospital porque os médicos se enganaram a fazer qualquer coisa", disse.