C7 lança apelo à proteção de zonas protegidas.

A Coligação C7, coletivo de associações ambientalistas, coloca o sistema de defesa primário do Baixo-Vouga e a multiplicação de passadiços na ria de Aveiro como obras que podem afetar a sustentabilidade de recursos naturais no país.

Apela ao cumprimento dos quadros de proteção de zonas protegidas.

No momento em que lança alerta para “inúmeras ameaças” sobre o único Parque Nacional em Portugal (Gerês), a propósito do peso do turismo, apela ao Governo o cumprimento da legislação das áreas protegidas, as associações falam de várias zonas de risco.

Associação Natureza Portugal, FAPAS, GEOTA, Liga para a Proteção da Natureza, QUERCUS, Sociedade Portuguesa para o Estudo das Aves e associação Zero apelam ao Governo o cumprimento da legislação das áreas protegidas.

No caso do Gerês alega que a pressão do turismo é fator de desequilíbrio.

“Desde a polémica abertura permanente da Fronteira da Portela do Homem, nos anos 80, aliado a um conjunto de outras medidas, o turismo foi crescendo. O turismo tem capacidade de valorizar um território, mas também tem capacidade de o degradar”.

Um dos temas sensíveis é o acesso a cascatas e miradouros.

“A cascatas do PNPG estão demasiado sobrecarregadas de utilizadores e algumas a serem artificializadas, como a de Barjas ou a das Sete Lagoas em Xertelo”.

O movimento aponta outros exemplos de áreas que devem merecer atenção com projetos em análise ou em curso.

Entre vários casos aponta o projeto do sistema primário de defesa do Baixo Vouga lagunar que “vai degradar uma das principais zonas húmidas”; a “degradação da Barrinha de Esmoriz (Espinho/Ovar) e da Ria de Aveiro com dragagens e passadiços invasivos, os baloiços, ecovias, passadiços e outras inutilidades disseminadas por todo o território”.

“Ao longo do território nacional, existem dezenas de outros projetos em análise ou em implementação que promovem a degradação do património natural, em contracorrente com a Lei do Restauro da Natureza e com os compromissos internacionais de proteção de 30% do território terrestre e marinho”.

O aviso é dirigido aos poderes públicos alertados para travar um trajeto de “degradação”.

“Esta saga de atentados contra o ambiente (a que se somam os incêndios) tem de parar e os interesses económicos imediatos têm que deixar de impor a sua preponderância face ao interesse ambiental, social e até económico de longo-prazo”.

“Perante este cenário, a coligação C7 apela ao Governo para que ponha termo a esta degradação contínua e crescente do património natural, em particular no PNPG, aplicando rigorosamente a legislação vigente e, se necessário, produzindo novos quadros regulamentares, aumentando a fiscalização e a presença de técnicos nas áreas protegidas, nomeadamente na defesa e valorização da paisagem, fazendo cumprir o uso sustentável dos territórios, condicionando a artificialização de espaços naturais como cascatas, miradouros, lagoas e cordões dunares”.