O BE quer a Ria de Aveiro no Roteiro para a Neutralidade Carbónica 2050.
Apresentou, na semana passada, um projeto de Resolução na Assembleia da República para a proteção e recuperação de pradarias marinhas e sapais.
Propõe ainda a inclusão destes ecossistemas nos instrumentos de política climática, como o Roteiro para a Neutralidade Carbónica 2050.
As pradarias marinhas e sapais são considerados ecossistemas com enorme capacidade de absorção de carbono, bastante superior à das florestas terrestres.
A proposta apresentada prevê a proteção e recuperação de pradarias marinhas e sapais e a sua inclusão na resposta climática.
“A crise climática é provocada por um sistema económico que depende da queima intensiva de combustíveis fósseis e consequentes emissões de gases com efeitos de estufa. Também é provocada pela destruição de ecossistemas que são sumidouro naturais de dióxido de carbono", referiu o deputado Nelson Peralta.
"As pradarias marinhas e os sapais são bastante importantes na resposta climática quer na mitigação quer na adaptação. São igualmente centrais na proteção da biodiversidade. No entanto, a sua área tem diminuído preocupantemente e tem sido votadas ao abandono pelas políticas públicas", considerou o parlamentar do Bloco de Esquerda.
"Estes ecossistemas estão sujeitos a um ciclo vicioso", alertou Nelson Peralta.
"A destruição de pradarias marinhas e sapais não só reduz a capacidade de sequestro de carbono como liberta carbono dos sedimentos. Por sua vez, os efeitos da crise climática - subida do nível médio das águas do mar, mudanças de temperatura e fenómenos climáticos extremos mais frequentes - degradam ainda mais estes ecossistemas. Por fim, com a perda destas áreas, as zonas costeiras ficam mais expostas às tempestades e à erosão".
Para Nelson Peralta, "a inclusão e valorização destes ecossistemas na resposta climática reconhece a sua importância ambiental mas também económica. A crise climática ameaça o planeta e Portugal é um dos países com maiores riscos na Europa. É preciso agir decisivamente e com urgência".
Com esta aposta, o BE espera que sejam criados programas de sensibilização para as autoridades marítimas, profissionais da pesca, operadores marítimo-turísticos, entre outros, sobre a importância ecológica, climática e socioeconómica das pradarias marinhas, dos sapais e das florestas de macroalgas.
E defende o reforço de meios humanos, técnicos e financeiros do Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF) e outras entidades competentes, de forma a que o estas possam planear, implementar, monitorizar e avaliar todas ações de conservação e recuperação dos ecossistemas marinhos costeiros preconizadas no presente projeto de resolução.