BE denuncia novos casos de estágios mal remunerados e diz que não são apenas curriculares.

O Bloco de Esquerda volta à carga com a questão dos estágios que a Universidade de Aveiro divulga.

Depois da pergunta por escrito ao Ministério da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, denunciando a divulgação, por parte do Gabinete de Estágios e Saídas Profissionais da Universidade de Aveiro, de dois estágios na área de Design Gráfico e Comunicação onde se oferecia uma remuneração mensal de 120 euros (€), agora o BE cita uma página (ganhemvergonha.pt) que fez o levantamento de alguns desses casos e diz que o jornal online da Universidade divulgou, no dia 17 de maio de 2018, uma série de estágios a realizar na BD Eletronics, na Alemanha, e em várias áreas de formação (administração pública, línguas e culturas, engenharias, comunicação, psicologia e outros), oferecendo remunerações de 150€.

“E sim, muitos destes estágios eram também destinados a já graduados, pelo que não se pode considerar que estamos perante ‘meros’ estágios curriculares.

Mas existem muitos outros exemplos, todos eles publicados no jornal online da UA, onde se oferecem 50€ a 100€ para vários estágios fora do país ou 150€ para ofertas de trabalho que não são referenciadas como estágios”, refere o BE.

“Todas estas situações, levantadas pela página online já referida, revelam que o anúncio que motivou a última pergunta do Bloco de Esquerda não foi um acontecimento isolado, nem se deveu a uma interpretação errónea. É uma prática reiterada e que merece censura. Prova-se também que a Universidade não possui nem promove uma política de escrupuloso respeito pelos direitos laborais junto dos seus estudantes e ex-estudantes”, acusa Moisés Ferreira.

A UA tinha respondido à primeira denúncia do BE assegurando que "possui uma política de escrupuloso respeito pelos direitos laborais e, além de tal, advoga a melhoria contínua das condições de trabalho".