O Bloco de Esquerda afirma preocupação pelo anúncio da central de biomassa para a região de Aveiro.
Anunciada na semana passada, a construção de uma central a biomassa na região, a entrar em funcionamento em 2023, é encarada com desconfiança pelo BE.
O BE revela que recentemente foi aprovada no Parlamento uma proposta crítica dos apoios públicos à biomassa e com preocupações ambientais sobre essa forma de produção de energia.
O deputado do Bloco responsável pelo tema, Nelson Peralta, recorda que “até o PSD, partido de Ribau Esteves, votou favoravelmente”.
“Nas audições parlamentares aos vários especialistas na área, todos trouxeram a mesma conclusão: não há biomassa residual suficiente para alimentar todas as centrais de biomassa previstas para o país. Outra conclusão é que esta é uma forma de produção energética com enormes perdas de energia e tem impactos pesados nas populações vizinhas às centrais. É, portanto, muito estranho que Ribau Esteves anuncie mais uma central, ainda para mais num modelo público. Aliás, essa parte é elucidativa. Um autarca que privatizou tudo o que conseguiu, agora quer o Estado - no caso a comunidade intermunicipal - a ser acionista, conjuntamente com um privado, de uma central de biomassa num negócio que apenas sobrevive com subsídios e apoios púbicos”, considerou o deputado bloquista.
O BE defende que as centrais de biomassa sejam complementares, “pequenas e localizadas junto à floresta e ao local de consumo da energia”.
“Preferencialmente devem ser centrais de energia térmica e não de produção de energia elétrica. E existe já um conjunto demasiado vasto e desproporcionado de novas centrais de biomassa para eletricidade”, revelando dúvidas sobre espaço para mais uma central.
“Desafiamos assim a comunidade intermunicipal a implementar políticas de ordenamento do território, da floresta e de produção energética que vão ao encontro da resolução dos problemas das pessoas e do planeta. Mais uma central de biomassa parece responder só a interesses de negócio. Precisamos de políticas nacionais e municipais para criar comunidades energéticas que façam a transição energética, descentralizem a produção energética e respondam aos 2 milhões de pessoas que não têm condições financeiras para aquecer a sua casa”, conclui o deputado que pede que a CIRA apresente publicamente o plano da central”.