A Câmara de Aveiro traça um cenário caótico na gestão do Parque de Campismo de São Jacinto pela Junta de Freguesia e votou hoje a rescisão da delegação de competências que colocava a infraestrutura sob responsabilidade da Junta.
O parque vai encerrar para obras a 01 de novembro deste ano e a maioria liderada por Ribau Esteves revelou que foi obrigada a intervir junto da ADRA para evitar corte de água.
A autarquia fala em “graves e reiterados incumprimentos” por parte da Junta, na gestão da exploração daquela unidade, e fala em “grave e irregular situação financeira” com repercussão na segurança.
Pela frente está um processo de licenciamento e execução de obras consideradas urgentes.
Com a deliberação agora tomada, a maioria espera pela desocupação do parque pelos serviços da Junta até dia 31 de Outubro.
São várias as acusações desde a falta de licenciamento, falta de manutenção de equipamentos, existência de cobertura em fibrocimento e mau estado de conservação da zona de churrasqueiras, Posto de Transformação, Polivalente, redes de energia elétrica, iluminação, telecomunicações e deteção de incêndios.
“Estes problemas são o resultado final da falta de investimento da JFSJ na manutenção e boa gestão do Parque de Campismo, agravadas pelo facto desta mesma Junta não apresentar as contas, nem proceder ao pagamento da transferência financeira de 60% do valor líquido anual do Parque a que está obrigada, desde 2009, nem ter realizado no período entre julho de 2003 e outubro de 2014 a transferência dos custos associados aos recursos humanos destacados pela CMA”, refere nota da autarquia retomando a polémica do ano passado, em período pré-eleitoral, quando foram conhecidas penhoras sobre a Junta e que levaram à suspensão dos acordos de cooperação.
A relação entre Ribau Esteves e António Aguiar volta a estar tensa com o presidente da Câmara a dizer que o autarca de freguesia não facilitou um acordo de princípio de revogação por mútuo acordo do Protocolo de Gestão do Parque de Campismo e recusa de reunir, em Junho e Julho para tratar dessa revogação.
A gota de água é uma dívida de 200 mil euros à ADRA que, segundo Ribau, só por intervenção do presidente da Câmara evitou o corte do fornecimento.
Na nota que emitiu a propósito da reunião de Câmara, desta tarde, a autarquia insiste que continua a haver informação “oculta”.
Diz que perante este quadro não há alternativa ao resgate da gestão do parque de campismo.
Do PS espera-se hoje uma tomada de posição.
Recorde-se que os dois blocos políticos demoraram a acertar uma posição conjunta para viabilizar a tomada de posse de António Aguiar que não dispunha de maioria na Assembleia de Freguesia.
São cada vez mais ténues os equilíbrios para garantir estabilidade em São Jacinto.