Aveiro e Ílhavo nos 20 melhores do Ranking de Municípios com debilidades na saúde, educação e habitação.

Aveiro nos 5 primeiros e Ílhavo nos 20 melhores do ranking de municípios, atualizado pelo Instituto Mais Liberdade, e que está a gerar debate em tempo de campanha para as autárquicas.

Esse Ranking de Competitividade Municipal é um índice que compara a atratividade e qualidade de serviços e infraestruturas dos 186 municípios com mais de 10 mil habitantes.

O objetivo é oferecer informação a famílias, empresas e decisores públicos com nota sobre “boas práticas e fragilidades” a nível local. 

Lisboa lidera com 70,1 pontos, seguida de Oeiras (66,2) e Porto (61,6), Coimbra, Aveiro, Cascais, Maia, Alcochete, Funchal e São João da Madeira.

Ílhavo surge em 18º lugar, Oliveira do Bairro em 23º, Estarreja em 36º, Ovar em 38º, Águeda em 41º e Albergaria fecha o top 50.

O ranking confirma um padrão estrutural.

Os primeiros lugares concentram-se sobretudo em grandes municípios do litoral, onde há maior densidade populacional, empresarial e de infraestruturas e no fundo da tabela predominam municípios do interior e das regiões autónomas, refletindo assimetrias de acessibilidade e escala.

Aveiro é mesmo o líder entre os municípios abaixo de 100 mil habitantes.

O índice agrupa 10 categorias de competitividade associadas a Famílias e Empresas e Serviços, Infraestruturas e Governação Local e Competitividade Envolvente.

Questões como os rendimentos familiares, capital humano, capital produtivo, saúde, educação, habitação, cultura e entretenimento, proteção e justiça, serviços essenciais e ferrovia, fiscalidade e endividamento autárquico e competitividade envolvente foram áreas analisadas.

Aveiro é o 5.º município mais competitivo do país. 

Capital Humano e investimento são as áreas que qualificam o Município com destaque para o baixo desemprego e a qualificação da população.

Em sentido contrário, questões como dívida municipal e o setor da habitação penalizam a classificação cotando-se entre os piores.

No setor da habitação apontado como um dos grandes desafios dos próximos anos, o ranking confirma as dificuldades de acesso a uma casa.

O valor das rendas e o preço das casas coloca as principais cidades portuguesas nos piores lugares e como zonas de pressão.

No campo da fiscalidade, o Município também surge entre os piores sinal de uma carga fiscal e endividamento ainda elevados.

Ílhavo destaca-se, em 6ºlugar, pelo investimento privado e dinâmicas empresariais, e figura em 14º no capital humano mas perde em questões como saúde (150º) e educação (151º) que penalizam o ranking ilhavense.

No campo da habitação o Município fica cotado em 92º.

Estes indicadores, com ligeiras variações, acabam por ser transversais a vários municípios da região com saúde, habitação e educação entre as áreas a exigir desenvolvimento e onde a dinâmica industrial posiciona os municípios entre os melhores do país.

O surgimento do ranking deu origem a partilhas e debates entre candidaturas autárquicas e membros da sociedade civil nos vários municípios.

As visões dividem-se entre o “orgulho” do lugar ocupado e as “notas negativas” em setores chave para a qualidade de vida dos cidadãos.

Olhar de "copo meio cheio ou meio vazo" de acordo com as bandeiras políticas de cada um.