A ASPEA faz balanço positivo ao projeto “Rios” no distrito de Aveiro onde diz ter notado o envolvimento de mais voluntários na vigilância dos rios.
O voluntariado ambiental na conservação e proteção de ecossistemas ribeirinhos está a decorrer em Portugal com a monitorização de troços de 500 metros de rios ou ribeiras por grupos locais organizados, de modo a sensibilizar a comunidade para os problemas e para a importância da proteção, valorização e reabilitação dos sistemas ribeirinhos.
O presidente da ASPEA, Joaquim Ramos Pinto, informa que no distrito de Aveiro estão inscritos, até ao momento, 53 grupos de monitorização, totalizando 26 quilómetros de linhas de água adotadas, destacando-se os concelhos de Santa Maria da Feira, Mealhada, Ovar, S. João da Madeira, Aveiro e Oliveira de Azeméis como os concelhos com maior adesão ao Projeto Rios, de âmbito nacional.
O coordenador do Projeto Rios, Nuno Pinto, refere que o programa “promove a curiosidade científica e a aplicação de um método científico experimental, através da recolha e registo de informações e dados geográficos, físico-químicos, biológicos, eventos históricos, sociais e etnográficos”.
O Projeto Rios pretende aproximar as pessoas dos rios e ribeiros assumindo a responsabilidade de vigilância e proteção do troço escolhido, contribuindo assim para a melhoria ambiental dos recursos hídricos, em geral, e para promoção de ações de melhoria do troço, em particular.
Além das saídas de monitorização dos troços adotados, nas épocas de Primavera e Outono, que revelaram nos últimos dados, na sua maioria, uma boa qualidade das linhas de água adotadas e das ações de melhoria dinamizadas pelos grupos, maioritariamente ações de limpeza e remoção de resíduos, foi igualmente promovida a exposição “Rios em Movimento: nem tudo o que vem à rede é peixe”, que se encontra disponível para ser exposta em escolas ou centros de Educação Ambiental.
A ASPEA tem a decorrer, também no distrito, o voluntariado para a limpeza da quinta ecológica da Moita, em Oliveirinha.
Comprometidos com a salvaguarda e valorização da natureza e floresta, 11 jovens arregaçaram mangas para ajudar na concretização de diversas tarefas de recuperação.
Os jovens provenientes de áreas tão diversas como a biologia, a geologia, mas também a gestão, marketing e educação e ainda a produção industrial colocam o tempo de férias em prol doa ambiente e da defesa da floresta.
Como refere o coordenador do projeto da QEM, os voluntários têm ajudado a tratar de manchas com espécies exóticas invasoras que proliferaram durantes o tempo de confinamento e que comprometem a dimensão de conservação da natureza, trataram dos charcos naturais da Quinta mondando ervas e desobstruindo de silvas que paulatinamente iam ocupando os planos de água e zonas limítrofes.
“Estou num limbo quanto ao meu futuro profissional. Por um lado, para ter um emprego preciso de ter currículo, por outro estou a sair da universidade e não tive ainda tempo de o constituir pelo que este programa de voluntariado me dá já alguma experiência prática em contexto profissional” diz a voluntária Ana que pretende vir a trabalhar na área da hidrologia.
“Estando a estudar gestão e marketing, as questões ambientais estão na ordem do dia, e não parece que venham a desvanecer num futuro próximo. Procuro assim através desta área do saber contribuir para alertar cada vez mais pessoas para a verdadeira dimensão do problema para que a mensagem passe de forma eficaz.”, diz Diogo, estudante da Universidade do Porto.
Já o João, diz que tem plena consciência dos efeitos que as atividades humanas têm no ambiente, vindo ele de uma unidade fabril da região.
“Uso o meu tempo de férias para ajudar a restabelecer o equilíbrio no ambiente”, avança.