A Associação Portuguesa de Educação Ambiental admite que a Conferência das Nações Unidas sobre Alterações Climáticas «COP25» termina sem avanços concretos nas políticas que travem o avanço das alterações climáticas.
Joaquim Ramos Pinto, presidente da Direção Nacional da ASPEA, fala do documento final “Chile-Madrid, hora de agir” como acordo parcial que, apesar de um avanço ao valorizar e incluir o conhecimento científico como base para estabelecimento de políticas mais ambiciosas de combate à crise climática, adia, para a COP26 em 2020, os compromissos mais ambiciosos ao nível das estratégias dos países para enfrentar a emergência climática.
Em causa as medidas para a redução das emissões de gases com efeito de estufa e o quadro que regula o sistema de mercado de carbono, no cumprimento das metas estabelecidas no Acordo de Paris, em 2015.
“Com o empurrar do problema para a próxima Conferência demonstra que faltou o trabalho de casa, que deveria ter sido feito durante um ano, e demonstra uma falta de compromisso coletivo, por parte de alguns países que protegem determinados grupos de empresas com mais emissões de gases com efeitos de estufa e negam a crise climática, para justificarem a aposta numa economia neoliberal sem um compromisso ambiental e responsabilidade social”.
Joaquim Pinto deposita esperança e confiança na sociedade civil para continuar a pressionar os poder político a levar a sério as ameaças.
“Resta, agora, acreditar nos países que lideram a luta contra a crise climática, mas também no papel da sociedade civil, e em especial os movimentos de jovens para influenciar as políticas e o trabalho que terá de ser feito durante o ano 2020, para termos esperanças na efetiva implementação do Acordo de Paris, com propostas mais ambiciosas que evitem uma catástrofe climática e uma crise social, que poderá emergir neste contexto”.
Portugal tem como desafio a neutralidade carbónica até 2050 e o Ministro do Ambiente e da Ação Climática assumiu como apostas a melhoria das metas para 2030 e o esforço do fluxos financeiros em direção a essa meta da neutralidade carbónica 2050.
O financiamento à economia verde surge como meio para acelerar a conquista de metas colocando Portugal como exemplo à escala internacional.
“Este desafio ambicioso não pode ser abraçado sem o envolvimento dos cidadãos. É necessário chegar às pessoas e ajudá-las a passar por essa transição e um primeiro passo é através da literacia” considerou João Pedro Matos Fernandes.