Um festival que vive na rua e do espaço público.
Entre 12 a 20 de setembro, o ESTAU – Estarreja Arte Urbana oferece mais de 30 atividades, desde instalações murais, workshops, exposições, conversas, cinema, música, performances, animação de rua e visitas guiadas ao museu a céu aberto e aos seus cerca de 40 murais e instalações artísticas de criadores nacionais e internacionais.
O ESTAU 2020 não ficou imune à pandemia da COVID-19 o que ditou a readaptação do seu formato para que se cumpram todas as diretrizes de segurança e higiene sanitária.
Com curadoria de Lara Seixo Rodrigues, e inspirados pela riqueza do património cultural e natural do nosso território, 5 artistas estarão a trabalhar ao vivo em novas peças que irão ver a luz do dia em 5 locais públicos. Com esta edição, a galeria de arte urbana de Estarreja ganhará seis novas peças artísticas e estende-se a Fermelã e a Veiros, onde o ESTAU ainda não tinha deixado a sua marca.
Um dos primeiros artistas urbanos em Portugal, Gonçalo MAR, deixará a sua estética única, povoada de cor e formas com inspiração na flora local, numa parede do Centro de Saúde de Estarreja e irá orientar o workshop de arte urbana, que resultará numa pintura mural no Multiusos, edifício onde pousou, em 2015, o conhecido “Guarda-Rios”, de Bordalo II, onde começou esta aventura de street art.
Padure, artista romeno que reside em Portugal, estará junto à Rotunda do Hospital, para traçar o seu estilo de linha simples e limpo, numa reflexão sobre o confinamento, em três paredes de uma casa da Rua da Agra, Salreu.
Na Rua Desembargador Correia Teles, em frente à imponente obra de Millo, Mariana Rio vai criar um mural sobre o impacto humano na Natureza e no Planeta. Esta intervenção terá uma segunda leitura, de realidade aumentada.
No centro cívico de Veiros, as lâminas de betão do Pavilhão do Clube Cultural e Desportivo de Veiros ganharão novos padrões com a intervenção de Los Pepes Studio, uma dupla de artistas composta por Meggie Prata e Francisco Leal, que irão explorar temáticas da identidade cultural do território.
Também Pedro Podre se inspira em elementos da terra para a sua pintura num posto de transformação da EDP, localizado na Avenida da Igreja, em Fermelã.
Com as criações de arte urbana em destaque, o festival terá, ao longo de 9 dias, um conjunto de atividades. Destaca-se o concerto de Júlio Resende, pianista, compositor e um dos mais internacionais músicos portugueses. Estará na Praça Francisco Barbosa no dia 19 de setembro, pelas 21h30, para apresentar o seu mais recente álbum Cinderella Cyborg, um namoro assumido entre o homem e a máquina, entre o acústico do piano, da bateria e do contrabaixo, e os sons eletrónicos dos pads e chips.
"Sala de Estar" é o convite para uma descoberta, de forma mais intimista, do território, ativando as intervenções de arte urbana, os espaços públicos e o património. Ciranda – dupla dos músicos Gileno Santana (trompete) e Inês Vaz (acordeão) - atua no dia de abertura do ESTAU, a 12 de setembro, às 18h30, no Jardim da Biblioteca Municipal. Seguem-se Lika, compositora, cantora e guitarrista, no dia 13, às 18h30, no átrio da Casa da Cultura, e Ana Mariano, no dia 20, às 19h, no Jardim da Biblioteca.
Há visitas ao BioRia e passeios de moliceiro na Ria de Aveiro, visitas à Casa Museu Egas Moniz e à Casa Museu Marieta Solheiro Madureira que se realizarão no dia 13 de setembro.
O longo programa prevê a realização de duas exposições: de pintura de Bafo de Peixe, na Biblioteca, e de desenho sobre o território de Pedro Cabral, na Casa da Cultura. Bafo de Peixe orientará ainda uma oficina sobre escultura em papel.
O programa prevê atividades específicas para o público infantil: Contos com Fraldas para bebés até aos 3 anos (dia 12, às 10h30, na Biblioteca), o espetáculo de teatro “O Contador” (dia 19, às 10h00, no Jardim da Biblioteca) e a Caça ao ESTAU, uma visita guiada ao roteiro de arte urbana para crianças dos 6 aos 12 anos (dia 19, às 11h, início na Biblioteca).
2016 foi o ano de transformação de Estarreja numa cidade-galeria, que hoje apresenta cerca de 40 murais e instalações artísticas. Deixando a Arte Urbana a falar com a cidade, com as pessoas, com o património e com a natureza. Nas peças de arte estão a identidade cultural do território, o património cultural e ambiental, as pessoas, as histórias.
2020 continua a explorar a transformação do espaço público, a devolvê-lo aos estarrejenses, e a promover o diálogo com a arte. E, mais do que nunca, a valorizar a vivência destes momentos na liberdade do exterior.
A nova aplicação “Sentir Estarreja”, que será apresentada no dia 18, às 15h, vai de encontro a essa transformação e cria novas experiências ao se interagir com o território, conhecê-lo nas suas diferentes dimensões e poder partilhá-lo com o mundo.
A app, que disponibiliza nesta fase dois roteiros temáticos - um dos quais o circuito de arte urbana – convida a explorar o território de forma simples, interativa e intuitiva, com acesso a conteúdos de texto em diferentes línguas, vídeo e imagem, e, nas próximas fases de desenvolvimento, em formato de realidade aumentada e áudio-guia.
Fonte: GICME