A Ordem dos Médicos (OM) adianta que "os critérios economicistas" estarão na base da gestão das listas de espera para cirurgia no Centro Hospitalar do Baixo Vouga (CHBV). Intervenções cirúrgicas reagendadas e adiadas "como forma de evitar o alargamento da lista de espera de cirurgias" do CHBV (não sendo por isso penalizado financeiramente no contrato-programa com o Governo). Com este 'artefacto' evita despesas ao não enviar os doentes para fazerem operações noutros Hospitais.
Entrevistado pela RTP, Carlos Cortes, da direção regional do Centro da OM, afirma que o caso de Aveiro "não é único". Considera os relatos "fiáveis" por parte de quem trabalha no Sistema Nacional de Saúde. "É uma manipulação administrativa que acontece no CHBV, com uma descrição muito exaustiva de casos e isto acontece noutros Hospitais do SNS", referiu.
Depois da administração ter desmentido que "esse quadro de marcação de cirurgias fictícias esteja ainda em curso", a Ordem dos Médicos dá conta da manutenção do problema. Ontem a administração garantia que já teriam sido corrigidos “alguns procedimentos incorretos na marcação de cirurgias" salientando que “algumas irregularidades” tinham sido sanadas e “este processo decorreu há cerca de um ano”. José Afonso garantiu tratar-se casos isolados. "Pode ter havido uma ou outra situação que o doente não tenha sido operado por questões clínicas ou organizacionais. Transformaram uma situação normal num problema. Não há nada de fraude aqui. A Ordem dos Médico está preocupada não sei com o quê", disse, relativamente à polémica em torno da gestão das listas de cirurgia.