O Águeda Drive-In realizou-se, no passado fim de semana e pelo segundo ano consecutivo, no parque de estacionamento do Mercado Municipal. Uma iniciativa que cativou o público de vários locais que se deslocou a Águeda para assistir a dois espectáculos de comédia e a uma sessão de cinema, sem sair do carro e em total segurança.
“É fantástico ver todo este público que saiu de casa, veio em família, nas suas viaturas e em segurança concretizar o que mais procura neste momento, que é assistir a espetáculos”, disse Edson Santos, Vice-Presidente da Câmara de Águeda, salientando que este evento foi “mais uma vez um sucesso” e trouxe a cultura às pessoas, apesar dos constrangimentos que a actual situação pandémica provoca.
A organização conseguiu assegurar todas as regras para que o evento se pudesse realizar, para satisfação de todos os que se deslocaram ao recinto do espectáculo. “Águeda não vai parar, vamos ter mais projetos ao longo do próximo mês de agosto”, avançou Edson Santos, apelando a que as pessoas se desloquem a Águeda, “tomem todas as medidas de segurança e não tenham medo de sair de casa e assistam a estes grandes espectáculos” que a Câmara Municipal tem preparado e que oportunamente vai divulgar.
Este fim de semana, nos três dias do evento, estiveram cerca de 750 viaturas no recinto, sendo de realçar “a forma exemplar como as pessoas se portaram no cumprimento das regras associadas ao evento, respeitando as orientações do pessoal credenciado”, frisou o Vice-Presidente da Autarquia.
O primeiro dia (sexta-feira) ficou reservado para uma sessão de cinema, com a exibição do filme “Doctor Strange”.
Sábado e domingo foram dois dias de espectáculo ao vivo, com sete comediantes em palco, que tinham como público centenas de viaturas, que entre buzinadelas e sinais de luzes “aplaudiam” a performance dos artistas. No sábado, Rui Xará, Carlos Vidal e Gilmário Vemba assumiram as hostes da comédia, seguindo-se, no domingo, Pedro Neves, Miguel 7 Estacas e ainda Quim Roscas e Zeca Estacionâncio. Ambos os espetáculos foram traduzidos integralmente, no local e em direto, em Língua Gestual Portuguesa.
As pessoas chegaram de carro, sintonizavam o auto-rádio num canal específico para o evento e assistiam comodamente nas suas viaturas, o que permitiu manter o distanciamento social necessário para que o espetáculo pudesse ser apreciado em total segurança.
Um modelo diferente e que, apesar das circunstâncias, tem agradado tanto a artistas como ao público. “O Drive-In foi a forma mais segura de, nos dias de hoje, permitir às pessoas terem acesso à cultura e assistirem a espetáculos e os artistas estão também satisfeitos por terem palco e público”, declarou Edson Santos.
Isso mesmo confirmou Gilmário Vemba, para quem esta foi uma experiência “fantástica”, apesar de ter sido “difícil”, porque o formato não permite muita “interação das pessoas”. Ainda assim, apesar da “distância” natural entre os carros e o artista em palco, disse que “valeu a pena”.
“Foi a primeira vez na vida que me buzinaram e não foi em protesto”, disse Rui Xará, um dos comediantes, salientando que este espetáculo foi muito interessante. “Fiquei mesmo satisfeito e foi deveras uma agradável surpresa. O stand-up tem me trazido muita coisa boa de desconstrução do mundo e esta foi mais uma delas”, frisou.Para Carlos Vidal, outro dos artistas, esta foi uma experiência e um “desafio diferente e enriquecedor. Sou grato por tudo isto; Águeda foi pioneira neste registo e acho que é uma resposta de que conseguimos nos adaptar às novas circunstâncias”.
Também o público, entre aguedenses e outros de vários concelhos vizinhos, demonstrou a sua satisfação pela realização deste evento. Daniel, da Venezuela e residente em Aveiro, salientou a “boa ideia” de disponibilizar “gratuitamente às pessoas este tipo de espetáculos. É interessante e uma boa forma de passar o tempo”, disse.
“Estou a gostar imenso”; “é muito interessante”; ou “uma experiência ótima” foram algumas das reacções do público, alguns que aproveitaram a vinda a Águeda para jantar e depois assistir ao espectáculo.