"A vida dos trabalhadores, dos jovens, dos reformados e da população em geral está hoje muito mais difícil" - Isabel Tavares (CGTP)..

A União de Sindicatos de Aveiro levou o 1º de maio ao centro de Aveiro.

Manteve a tradição da marcha pela avenida e intervenções no Rossio.

A organização fala em “milhares de trabalhadores” oriundos de todo o Distrito concentrados pelas 15 horas, no Largo da Estação da CP, em Aveiro, para participarem na manifestação do Dia Internacional do Trabalhador.

No ano em que se comemorou os 51 anos do 25 de Abril e se assinalam os 139 anos do massacre de Chicago, os trabalhadores do distrito saíram à rua para defender os direitos e exigir melhores condições de vida e de trabalho.

Durante a manifestação ouviram-se palavras de ordem a reclamar melhorias salariais que acompanhem o custo de vida.

“Mais salário, melhores pensões; O custo de vida aumenta o povo não aguenta; Abril continua! Maio está na rua!; Paz sim! Guerra não!; Pró país avançar, salários aumentar; Público é de todos, privado é só de alguns; A luta continua nas empresas e na rua; Saúde, Educação e Segurança Social, direito universal; Liberdade sindical é direito constitucional; É preciso investir pró país produzir; 35 horas para todos sem demoras!; Precariedade não! Estabilidade sim!; O trabalho é um direito sem ele nada feito; Direito à contratação está na constituição; Contra a exploração a luta é solução; É inter, é jovem é Interjovem; CGTP unidade sindical; O povo unido jamais será vencido” foram as principais palavras entoadas no desfile.

A poucos dias de eleições, a dirigente da CGTP e cabeça de lista da CDU por Aveiro, Isabel Tavares, subiu ao palco para falar

saudou quem luta “por mais salários, melhores pensões, emprego com direitos, pela contratação colectiva e serviços públicos para todos, pela redução do tempo de trabalho, sem perda de retribuição para as 35 horas”.

E saudou os jovens que “exigem o fim da precariedade e da instabilidade laboral que se transporta para a vida, que adia projectos, destrói sonhos e obriga muitos a procurar lá fora o trabalho com direitos e as remunerações que não encontram no nosso país”.

Palavra também dirigida aos pensionistas que “trabalharam uma vida inteira, que exigem a melhoria das suas pensões e reformas, homens e mulheres que com a sua luta defenderam e conquistaram direitos que hoje o capital e quem o serve quer desfazer”.

Foi um discurso marcado pelo quadro eleitoral com críticas aos partidos do arco da governação.

Afirma que “um ano de governação do governo da AD - PSD/CDS, apoiado pelo CH e IL, e que contou com o PS para viabilizar o seu Programa e o Orçamento do Estado para 2025, aprofundou a política de direita. A vida dos trabalhadores, dos jovens, dos reformados e da população em geral está hoje muito mais difícil. Cresceram as dificuldades para garantir uma vida digna, com salários e pensões cada vez mais insuficientes para cobrir os custos com a habitação, alimentação e serviços essenciais, por sérias limitações no acesso à saúde, à educação, à habitação, entre outros bens”.

Lembra que a queda do governo aconteceu “numa situação de contradição entre interesses pessoais do Primeiro-Ministro e de outros membros do governo e as funções públicas que desempenhavam, pondo a nu a promiscuidade entre o poder político e o poder económico, e que é indissociável da política que desenvolveu, conduziu à dissolução da Assembleia da República e à convocação de eleições legislativas antecipadas”.

Para Isabel Tavares, as eleições de 18 de Maio para a Assembleia da República são “oportunidade para quem trabalha e trabalhou derrotar a política de direita e as forças e projectos reaccionários, e abrir as portas a uma alternativa que garanta e eleve os direitos dos trabalhadores e dos reformados, dos jovens e de todos os que vivem e trabalham no nosso país”.

No final, foi aprovada uma Resolução, onde os presentes assumiram o compromisso de intensificar a mobilização e o esclarecimento dos trabalhadores para a construção de um novo rumo para o País.

A mensagem é clara: os trabalhadores reclamam aumentos salariais em base não inferior a 150 euros e a fixação do Salário Mínimo Nacional nos 1.000€.