Marcelo Rebelo de Sousa não vê que António Costa tenha condições, se for líder da oposição, para chumbar um programa de governo ou inviabilizar um orçamento. O orador principal do comício de encerramento da campanha, na Casa da Criatividade, em São João da Madeira, disse que não fica margem de manobra para quem perder as eleições. “Imagino-me líder da oposição saída de umas eleições… a última coisa que faria seria chumbar um programa de governo, inviabilizar um orçamento. Não saberia o que dizer”, enfatizou Marcelo Rebelo de Sousa.
Esse é, para Marcelo, um dos fatores que mais influenciou o curso da campanha, até porque, na sua opinião, “ninguém esperava há um ano, há nove meses, há seis meses, mesmo há quatro meses, o resultado que vai acontecer no próximo domingo”, naquilo que considera “uma das lições desta campanha eleitoral”.
“O PSD e o CDS-PP foram reconciliando-se, dia a dia, ao longo da campanha, com os portugueses, que estavam zangados com o governo. O que seria ir para a rua há nove meses, seis meses, quatro meses, para os responsáveis do PSD e do CDS-PP? Mas houve uma aproximação, um caminho que começou, um caminho que tem de continuar”.
O eurodeputado do CDS-PP Nuno Melo foi outro dos oradores, centrando a sua intervenção no líder do PS. “Em 2011, Portugal era avaliado a par da Grécia; hoje, é avaliado pelo oposto da Grécia. É um exemplo. É, por isso, um enorme cinismo que, quando para toda a Europa, Portugal é um exemplo, para o Dr. António Costa o exemplo seja a Grécia”.
“Esta coligação é um espaço de ponderação e bom senso, que é o que o país precisa. Continuaremos nas bancadas da maioria e do governo, a fazer toda a diferença”, afirmou Nuno Melo.
Aproveitando o facto de estar numa terra em que há minoria no executivo municipal, o líder da PaF em Aveiro, Luís Montenegro, não deixou de lembrar que “em S. João da Madeira, sabemos bem o que é governar em maioria, mas também sabemos o que é governar em minoria e veja-se o bloqueio que se passa, graças a uma oposição irresponsável, e imagine-se o que seria um país governado sem maioria”.
“Não há país que se desenvolva sem liderança. E não há liderança sem líderes, uma voz de comando, alguém que aponte o caminho. Quem tem mais preparação para mobilizar Portugal? Passos Coelho foi primeiro ministro durante quatro anos, não tendo feito tudo bem, mas há uma coisa que têm de lhe reconhecer: foi firme, foi sério, foi competente” concluiu Montenegro.
João Almeida, primeiro candidato do CDS-PP, lembra que a resolução de problemas fica como indicador de Governação. “Nunca aconteceu em Portugal, depois de um governo que teve a responsabilidade de arrumar a casa, esse governo ter a oportunidade de governar no ciclo seguinte. Nós vamos conseguir, porque ganhamos esse direito. Se não tivéssemos, merecido, também não seria desta vez”.