O presidente da Câmara de Vagos afirma que sentiu “revolta, angústia e impotência”, no domingo e na segunda, com os incêndios que deflagraram no Município e que destruíram património pessoal, natural e industrial e diz que a grande vitória foi a inexistência de mortes a lamentar no concelho. Fala em “terrorismo” e admite que a maioria dos focos de incêndio terá “mão criminosa”.
Silvério Regalado defende medidas para tentar um combate mais eficaz neste cenário de "terrorismo". O agravamento de penas, a colocação de meios militares armados na prevenção e vigilância, com possibilidade de identificar e deter eventuais suspeitos, nos períodos críticos (desde maio até outubro); possibilidade dos Municípios tomarem a posse administrativa dos terrenos por limpar, com possibilidade de devolução aos proprietários depois de efectuado o pagamento das limpezas necessárias; melhoria do planeamento florestas, possibilitando a expropriação de algumas faixas de gestão, com o pagamento do preço justo aos proprietários dos terrenos utilizados; criação de uma bolsa de serviços cívicos de limpezas de matas propriedades do Estado, para pequenos delinquentes, acusados de crimes de menor gravidade, por forma a substituir ou diminuir penas que tenham que cumprir; criação de bolsas de serviços cívicos de limpezas de matas propriedades do Estado para quem usufrua de medidas do RSI; melhorar a gestão das matas nacionais, colocando o Estado a dar o exemplo de como deve ser gerido um perímetro florestal e criar medidas de incentivo, no âmbito do Portugal 2020, para melhorar a gestão de perímetros florestais públicos e privados.
Quanto ao combate assume que deve envolver toda a sociedade uma vez que há casos extremos em que as forças do Bombeiros não chegam para estar em todo o lado. E repete a crítica feita na manhã de segunda quando lamentou a desmobilização de meios habituais nas épocas de risco elevado.
“Desmobilizar meios nesta altura foi um erro estratégico, porque meios nacionais nunca chegaram a Vagos! Agora é hora de reconstruir tudo o que nos foi roubado”, declarou o autarca que fez agradecimento público a forças no terreno, cidadãos, empresas e profissionais que foram mobilizados nas horas difíceis.