António Topa admite que o PSD errou nalguns momentos da governação do país mas atribui essa situação à pressão a que o resgate externo obrigou. O presidente da Assembleia de Militantes, antigo presidente da distrital e membro da Comissão Política Nacional de Passos Coelho admitiu, ontem, em Ílhavo, que durante período de recuperação foram cometidos erros.
“Quando estamos pressionados também temos direito a fazer algumas asneiras. Quando decidimos sob pressão, cometemos alguns erros e também os cometemos. Durante a presença da troika alguns de nós até diziam que o Governo não se aguentava, que estava moribundo e o Governo aguentou-se. Hoje já ninguém diz que vai cair. Até o Secretário-Geral do PS, às vezes, engana-se e diz que estamos melhor do que há 4 anos”.
António Topa falou ainda sobre a importância dos autarcas na vida política pela experiência e pela proximidade que têm ao dia-a-dia dos cidadãos. Diz que numa recente comissão política nacional falou sobre as declarações do presidente da empresa Infraestruturas de Portugal a propósito da ligação Aveiro-Águeda e sobre casos da vida real como o encerramento de repartições de finanças enquanto outros falam de temas que não dizem diretamente respeito à vida dos cidadãos.
“Falei das declarações do presidente das Estradas de Portugal sobre as estradas em Aveiro e ataquei fortemente. Falei das pessoas que ficam a dever 50 cêntimos à Brisa quando passam num pórtico e passados meses devem 200 ou 300 ou 400 euros. Falei do encerramento de repartições de finanças. Falei de questões concretas. Sou veiculo de questões que os que nos elegeram têm. Os outros falaram muito da Grécia e filosofaram. Por isso digo que é bom começar na política de base”.
Tomada de posse de Carlos António Rocha na liderança do PSD com referências à oposição. O novo presidente do órgão concelhio considera que o Partido tem que estar mobilizado perante opositores que podem fazer promessas para ganhar votos.
“Não podemos adormecer à sombra da liderança que temos mantido em Ílhavo. A nossa oposição adequa o seu discurso às necessidades eleitorais para chegar ao poder a qualquer preço. Distorcem, não querem ouvir e quando se sentem à mesa chegam com ideias pré-concebidas sem abertura para o diálogo. Querem que gastemos mais mas criticam quando pretendem que a gestão não seja sustentável através da receita que temos que realizar. Entendem que podemos continuar a gastar tudo o que não temos pedindo emprestado aos credores e cabe a estes perdoar e pagar a dívida por nós. Não funciona”.
Rui Dias, anterior presidente da concelhia, manifestou confiança no processo de sucessão e diz que o PSD só terá turbulência se essa instabilidade partir de dentro do próprio partido. “Só teremos turbulência na vida política concelhia se nós a inventarmos. Não há nas imediações quem seja capaz de perturbar o nosso percurso. Precisamos de desenhar um bom percurso e sermos leais na caminhada que fizermos em conjunto”.
Fernando Caçoilo, antigo presidente de concelhia que cumpriu 20 anos de dedicação aos órgãos locais do PSD, falou da importância do poder político falar verdade aos cidadãos. Deixou críticas ao PS pela forma como se apresenta em diferentes palcos. “Não podemos andar a fazer de conta e andar no folclore político. Aqui em Ílhavo, há vários Partidos Socialistas. Temos que lidar com o PS da Câmara, o PS da Assembleia e o PS da Junta de Freguesia de São Salvador”.