Deputados do PSD reuniram-se esta segunda-feira com responsáveis da Associação Industrial do Distrito de Aveiro para auscultar anseios e preocupações e puderam ouvir do discurso do presidente da AIDA muitas ideias que os partidos da oposição têm veiculado nas críticas dirigidas ao Governo.
A importância estratégica da rede ferroviária nacional para o transporte de mercadorias dominou a reunião de trabalho, com a discussão em torno do desejado projeto Aveiro-Salamanca no centro das atenções.
A AIDA pretende manter a ideia na agenda, consciente de que "a ferrovia ajudaria a escoar dois terços das exportações portuguesas, do Norte e do Centro do país".
Na contas da AIDA, o custo de uma nova linha ferroviária entre Aveiro, Viseu e a fronteira com Espanha rondará 1,2 mil milhões de euros, incluindo um traçado prevendo a bibitola (ibérica e europeia) e o desvio da Serra da Estrela, para permitir a circulação rápida de comboios de 750 metros.
“Uma verba consideravelmente inferior à que anualmente é destinada a subsidiar empresas públicas não exportadoras”, reafirmam os responsáveis da associação empresarial.
Luís Montenegro afirmou-se sensibilizado para "a importância do projeto", mas recordou que, com o atual governo, "o investimento público está estagnado". “Um governo com estas caraterísticas vai investir muito menos do que o anterior, que tinha um programa de ajustamento em curso”.
Montenegro sublinha que “a execução orçamental de 2016 fica marcada pelas indicações dadas à Infraestruturas de Portugal para parar todos os investimentos, incluindo na ferrovia, o que vai manter-se em 2017”.
Medidas de apoio às empresas, o conhecido como “pórtico do estádio” na A25, a atribuição às autarquias de funções que eram desempenhadas pelas associações empresariais e a discriminação das associações empresariais nos apoios às medidas de eficiência energética estiveram, também, em cima da mesa.
“É urgente definir o papel do Estado na Economia e promover reformas profundas que permitam reduzir o peso da sua máquina”, refere a direção da AIDA.
Para Luís Montenegro, o apoio às empresas passa, também, por uma “fiscalidade mais previsível”, garantindo que o seu partido tem desenvolvido iniciativas nesse sentido. “Estamos disponíveis para ampliar o que já fizemos, nomeadamente medidas de reforço do investimento e capitalização das empresas, que devem passar pela reforma do IRC”.
Uma homenagem de caráter nacional ao industrial João Casal, hoje com 95 anos de idade, foi outro dos temas apresentados pela AIDA com os deputados do PSD a reconhecerem "mérito" à iniciativa e a garantirem esforços para "assegurar que tenha lugar".