O PSD de Ílhavo diz que as mais recentes reuniões de Câmara e Assembleia Municipal estão mostrar que o principal partido da oposição é “tripartido” apontando ao PS diferentes visões consoante os temas e órgãos em que o PS está representado. A estrutura liderada por Carlos António Rocha vem a público falar de casos em que as intervenções na Câmara Municipal, na Assembleia Municipal ou a partir da Comissão Política são díspares ou terminam com votações nem sempre coerentes.
Temas como o projeto de remodelação da rotunda da Praia da Barra ou a nova escola da Gafanha de Aquém ficam marcados por análises e votações díspares. No caso da escola, o PS aponta reservas tendo o Grupo Municipal optado pela abstenção na votação da alteração ao programa de áreas de equipamentos da Carreira na Gafanha de Aquém onde a autarquia pensa implantar a escola.
Admitindo a importâncias das novas estruturas, os socialistas assumem que as dificuldades financeiras que surgem como justificação para o não alívio da carga fiscal merecem essa ponderação. Defendem que a população deveria ser ouvida na escolha de projeto.
Questões de segurança, a degradação dos novos centros escolares, uso de “materiais desadequados”, falta de estudos e orçamentos comparativos entre uma nova construção para a Gafanha d’Aquém e a renovação das atuais instalações foram apontados como elementos geradores de dúvida.
João Bernardo referiu ainda que não se entende como é tomada uma decisão “sem que esteja ainda terminado o processo de revisão da carta educativa” e feito o diagnóstico “no que diz respeito às necessidades de intervenção nos espaços físicos, avançando-se para uma solução sem olhar a qualquer noção básica de planeamento estratégico dos equipamentos escolares”.
Estas posições motivaram a crítica Social Democrata. “O PS da Câmara Municipal votou a favor e o PS da Assembleia Municipal voltou a abster-se. Mais uma vez se verifica, que o PS não sabe se quer o Novo Centro Escolar da Gafanha D’ Aquém. O PS da Câmara Municipal quer, o da Assembleia Municipal, tanto faz!”, reage a concelhia do PSD.
A proposta de delimitação da Área de Reabilitação Urbana e Operação de Reabilitação Urbana Simples de Ílhavo surgem como foco de divisão entre PSD e PS. Os Socialista falam de um Centro de Ílhavo “quase moribundo, ligado às máquinas” e apesar do “agrado” pela iniciativa da Câmara Municipal em definir a área de reabilitação urbana do centro da cidade de Ílhavo Sérgio Lopes defende que “Ílhavo com Vida” deve ser um “desígnio fundamental para a coesão social do concelho, face à constante falha de intervenção estruturante por parte do executivo PSD nos últimos 18 anos de governação”.
Os socialistas revelam que o próprio diagnóstico assumido pelo PSD na sua proposta constata a “hemorragia sistémica” que coloca em causa a sustentabilidade social, cultural e económica do centro de Ílhavo, um “território quase moribundo, ligado às máquinas”, em que a ação ou a inação da Câmara provocou “muitos atropelos ao nosso património, num pulsar agressivo fragmentário de valores”, bem como a “dispersão para a periferia das funções comerciais anteriormente ali instaladas”.
Estas foram expressões constantes da proposta da Câmara que Sérgio Lopes repetiu na Assembleia para salientar que o PS subscreve o diagnóstico e sublinhar que esta realidade é fruto dos efeitos da governação autárquica do PSD nos últimos 18 anos.
O PSD responde que o PS “denegriu” o trabalho da Câmara. “À parte a utilização de frases insertas do trabalho apresentado sem nexo e enquadramento e do trocadilho com muito mau gosto feito com o tema ´Ílhavo com Vida` que constitui o mote de toda a intervenção programada, denegriram todo o trabalho da Câmara Municipal no denominado Centro Histórico de Ílhavo, esquecendo o muito que se tem feito para sua revitalização e apelidando o executivo de esquizofrenia. Depois de tudo isto, votaram por unanimidade a favor da proposta”.
Os Sociais Democratas notaram ainda que no Regulamento do Museu da Vista Alegre, o PS da Câmara Municipal, votou a favor e na bancada socialista na Assembleia Municipal, “uns votaram contra e os outros abstiveram-se”.
A estrutura liderada por Carlos António Rocha classifica as diferentes posições como sinal de “desnorte” e “falta de liderança política” dos atuais dirigentes do Partido Socialista. “Um partido como este PS que não é partido mas sim um Tripartido, como poderá ser credível numa alternativa à gestão do PSD, que foi profundamente pensada no tempo e programada com o rigor e bom senso exigidos, com o objetivo de bem servir os nossos queridos Munícipes”.
As farpas alargam-se à esfera nacional pela forma como António Costa chegou ao poder e com incidência nas alterações ao Orçamento de Estado. “Veja-se ainda o exemplo da quantidade de erratas do novo Orçamento do Estado que a geringonça do novo governo do Partido Socialista (que perdeu as eleições), apoiado por toda a esquerda, apresenta aos Portugueses. Onde está a alternativa, a credibilidade e a capacidade?”