O Partido Socialista considera que as alterações à concessão de transportes vai na “segunda via” e terá uma terceira.
Manuel Sousa abordava as alterações do início desta semana para criticar as melhorias por tentativa. O vereador do PS lamenta que os cidadãos continuem a ser penalizados.
“Com 18 novos horários isto é uma segunda concessão. Quase dobra o serviço. Quando começar o próximo ano letivo haverá novo reajuste. Mesmo assim não vemos resposta para algumas questões. Quando custa esta alteração ao Município?”
Ribau Esteves responde que a concessão começou mal mas tem vindo a corrigir erros. “Não há nenhuma segunda concessão. Há uma, de 15 anos, com prorrogação por mais cinco. Uma operação destas é suscetível de ajustamentos. No novo ano letivo haverá apenas ajustes na relação com as escolas em termos de turmas e horários”.
O autarca refere que as últimas modificações são de pequena monta no quadro global da concessão. “Há 230 horários. Mais 18 horários significa um ajustamento e não uma segunda concessão. Nos custos, se tivermos que aumentar, será possível ir até um aumento de 10%”.
Ribau Esteves refere o aproveitamento de “circuitos em vazio que até aqui não eram aproveitados sem custos adicionais”.
“Estamos a aproveitar circuitos intermunicipais da Transdev. Os circuitos de Oliveira do Bairro, Oliveira de Azeméis e Ílhavo podem ser utilizados pelos cidadãos de Aveiro nas ligações dentro do concelho. Mas é necessário investir no sistema informático da Aveiro Bus para articular com as carreiras intermunicipais da Transdev”.
Rita Encarnação, do Movimento Juntos por Aveiro, teme que as alterações não resolvam os problemas detetados.
“Não me parece que as alterações sejam suficientes. Vamos esperar pelo segundo semestre? Quem esteve no caderno de encargos não é muito competente. Andamos aqui em ajustamentos permanentes”.
João Sousa, do PS, insistiu que ao fim de dois meses fica confirmado que a melhor opção teria sido manter na base da concessão a “herança” de horários da Move Aveiro.
“A estrutura montada funcionava, tinha erros mas dava garantias. Partir para um modelo novo foi um erro. A coisa correu mal. Temos que assumir responsabilidades por má planificação. Nos transportes fluviais correu bem porque o horário foi mantido. Nos autocarros quiseram desmontar uma operação testada para montar outra”.
Ribau Esteves assumiu os erros descobertos à posteriori no caderno de encargos mas refere que ao fim de duas semanas a história mudou.
“Assim como tivemos duas semanas terríveis também temos vindo a melhorar. A gestão atingiu um patamar bom. Gabo a vossa iniciativa para prolongar o efeito negativo das primeiras duas semanas”
O público referiu-se aos transportes para reconhecer melhorias e para sugerir alguns ajustamentos. O tom de Janeiro alterou-se e a paz social parece chegar aos transportes.
Fernanda Silva (Eixo), uma das vozes mais críticas no início da operação, admitiu mesmo que há alguma "oferta excessiva" no horário da manhã mas carência no período da tarde.
Referiu que ao Sábado há poucos horários disponíveis para quem pretende deslocar-se à cidade para as compras (com áudio).