Um editorial do Diário de Aveiro, assinado pelo diretor Adriano Callé Lucas, está a provocar indignação entre dirigentes do PS, do BE e do PCP. Em causa o posicionamento do jornal que assume uma matriz Republicana e Liberal mas em que anuncia combate caso o país venha a ter um governo de Esquerda.
Essa posição motiva uma queixa do presidente da concelhia socialista de Aveiro, Pedro Pires da Rosa, para a Entidade Reguladora da Comunicação. O editorial, comum aos jornais do grupo nas principais capitais de distrito da região Centro, assume que a publicação se encontra preocupada com a “aparente deriva esquerdista radical por parte do atual líder do Partido Socialista que, apesar de ter perdido as eleições, parece querer aceder ao poder a todo o custo" assumindo que "não deixará de combater este cenário tão negativo para o País se o mesmo vier a concretizar-se".
Para Pires da Rosa, tais declarações são graves “uma vez que são produzidas em nome daquele órgão de comunicação social, vinculando-o, e estabelecendo a ameaça de que combaterão uma solução governativa legítima, legal e constitucional, violando pois, salvo melhor entendimento, de forma clara, desde logo, o primeiro artigo da lei da Imprensa, agredindo o princípio que mais deviam proteger”.
O Diário de Aveiro assume-se, desde a sua fundação, como “um jornal informativo, republicano e liberal, ao serviço de Aveiro e da Região das Beiras, defensor de causas que interessam às suas gentes, da Liberdade de Imprensa, da livre iniciativa privada, da economia de mercado e da sã concorrência, do combate aos monopólios, à burocracia, ao centralismo do Estado e a quaisquer ideologias coletivistas, totalitárias, fascistas, comunistas ou outras, que alienam e escravizam os seres humanos”.