Os partidos com assento na Assembleia Municipal de Aveiro trocem o nariz à ideia de ver a Câmara assumir a gestão do Museu de Aveiro. O processo negocial foi assumido pela Câmara mas para a oposição não faz sentido numa autarquia sem meios financeiros que garantam a sustentabilidade e a valorização do equipamento. Em declarações ao programa "Canal central", Pires da Rosa, do PS, assumiu-se contra a municipalização no contexto atual.
“Este processo não é apresentado com nenhuma vantagem. Não é dito o que se vai fazer e qual a mais-valia para o Museu e Município numa altura em que a autarquia tem mais com que se preocupar”.
Maria da Luz Nolasco, do Movimento Independente “Juntos por Aveiro”, antiga vereadora da cultura, diz que a municipalização retira ao Museu poder reivindicativo. “Se um Museu que tem escala nacional e se mexe nessa esfera perde influência naquele patamar de exigência. O museu vive da dinâmica própria que é defender um grande plano de investigação e gestão de coleções”.
Gonçalo Gonçalves, do BE, admite que é difícil perceber a negociação para uma Câmara limitada de meios e sem capacidade financeira de investir em coleções.
“O custo de uma obra ser emprestada estamos a falar de valores elevados. A Câmara tem capacidade monetária? Eu penso que não. Toda a gente diz que tem que se cortar”.
Manuel Prior, do PSD, considera que os partidos estão a fazer confusão entre a gestão municipalizada e a classificação do Museu. “O que está em negociação é a mudança da gestão para a área municipal. Não é a desqualificação. Não falamos da categoria”.