País a caminho de eleições antecipadas.

Portugal poderá estar a caminho de eleições antecipadas.

Depois da moção de censura ao Governo, apresentada pelo PCP e chumbada pela maioria de deputados no Parlamento, surge a decisão da maioria que governa o país de apresentar uma moção de confiança que poderá levar à demissão do Governo.

Confirmando-se os anunciados votos desfavoráveis, das bancadas de PS e Chega, fica aberto caminho ao processo eleitoral uma vez que a moção de confiança necessita apenas de uma maioria simples de votos para ser aprovada ou chumbada.

A polémica em torno da empresa familiar de Luís Montenegro, que recebia avenças de clientes com quem o Estado terá interesses, tem vindo a escalar ao ponto do PM ter admitido na comunicação ao país a apresentação de uma moção de confiança.

Pedro Nuno Santos (PS) tem dito que o Primeiro-Ministro é responsável pela situação em que se colocou.

Confirma que votará contra a moção de confiança do Governo e acusa o PM de preferir eleições em vez de dar apostar nas explicações ao parlamento.

Com o PS pronto para levar o caso da vida empresarial do Primeiro-Ministro a uma Comissão Parlamentar de Inquérito, Luís Montenegro deixou claro que vai apresentar a Moção de Confiança, procurando colocar o ónus de uma crise do lado da oposição.

Caso seja chumbada, o país segue para eleições e o Presidente da República até já admite datas possíveis como 11 ou 18 de maio.

Antes disso deverá ouvir o Conselho de Estado.

Nos últimos dias, o Primeiro-Ministro cedeu a sua participação na empresa aos filhos e o grupo Solverde rescindiu esse acordo de avença em defesa da sua imagem.

Adianta que a consultora cumpriu as suas obrigações para com a Solverde mas o contexto levou as duas entidades ao acordo de rescisão em nome da “salvaguarda do bom nome e da reputação de ambas”.

Atores políticos ligados aos partidos, autarcas de todo o país e observadores admitem que este é um tempo complexo entre a situação “pantanosa” do país e a realização de novo ato eleitoral que pode “bloquear” a gestão em fase crucial de execução de programas como o Plano de Recuperação e Resiliência.

Um quadro de “crise política” que remete já para o pós moção de confiança deixando claro que no seio do PSD a aposta em Montenegro é para manter.