O Partido Socialista de Ovar veio a público nas últimas horas pedir o cancelamento da apresentação do projeto para a área do edifício do cineteatro.
A polémica continua instalada com pedidos para que se evite a demolição no dia em que a autarquia está preparada para apresentar o projeto de uma praça.
Para os socialistas, o projeto apresenta “contornos pouco claros”, “fazendo tábua rasa de todos os pressupostos que fundamentaram e justificaram o (elevado) investimento público na aquisição deste património”.
A autarquia pagou cerca de meio milhão de euros e nas últimas semanas surgiram apelos a que se recupere o edifício e que se evite a demolição.
“Durante os 8 anos decorridos desde 2016, o Executivo Municipal do PSD foi não só incapaz de iniciar o processo de reabilitação do edifício do Cineteatro, como nem sequer foi capaz de lançar um concurso de ideias ou uma auscultação pública sobre a melhor forma de preservar este espaço patrimonial e cultural emblemático da Cidade de Ovar”, acusam os socialistas que se manifestam contra a demolição.
“De súbito, num processo de ajuste direto, adjudica um contrato para execução do projeto de arquitetura para a Requalificação do espaço público - entrada principal do parque urbano – Ovar, que mais não significa do que a demolição do edifício do Cineteatro de Ovar e no seu lugar realizar uma entrada para o Parque Urbano!”
Para a concelhia PS esta viragem configura uma contradição que é, em si, pode configurar uma ilegalidade.
“Enquadra a cabimentação financeira do projeto de demolição do Cineteatro, designado Contrato de Aquisição de Serviços para a Elaboração do projeto de Arquitetura de requalificação do espaço público – entrada principal do Parque Urbano – Ovar, na rubrica das Grandes Opções de Plano intitulada Espaço do antigo Cineteatro de Ovar – Reabilitação”.
Com o pedido de uma “Assembleia Municipal Extraordinária urgente” e o “cancelamento da apresentação” o PS sugere o relançamento de um processo de debate com “discussão e consulta pública” salientando que está em causa a “destruição da memória coletiva e identitária de Ovar e da sua história”.
“Após 8 anos de inação, a forma apressada em como é adjudicado um projeto para ser executado em 60 dias (julho e agosto), coincidente com a época de férias e quando não é permitida a fiscalização por parte da Assembleia Municipal, tendo-se agendado uma apresentação ao fim de 30 dias do prazo”, criticam os socialistas.