A deputada Mariana Silva do Grupo Parlamentar Os Verdes, entregou na Assembleia da República uma pergunta, em que questiona o Governo através do Ministério do Ambiente e da Ação Climática, sobre a eutrofização da Lagoa do Mira.
Para o partido ecologista está em causa a biodiversidade desta Lagoa como consequência de descargas de poluentes.
Depois de uma visita e de ter percebido que a coloração da lagoa indicia um acentuado processo de eutrofização (excessiva quantidade de algas) questionou o Governo.
“A eutrofização tem implicações muito negativas na biodiversidade pois conduz a uma diminuição da entrada de luz na água e à redução dos níveis de oxigénio dissolvido, degradando ainda mais a sua qualidade. Este processo é indicador dos desequilíbrios no ecossistema”.
Os Verdes associam esta realidade à poluição da Lagoa de Mira com “sucessivas descargas a montante, na ribeira da Fervença que alimenta esta lagoa, por ineficiência do sistema de tratamento das águas residuais da empresa Águas do Centro Litoral”.
A capacidade de resposta do sistema continua na ordem do dia à espera de novos equipamentos cruciais para garantir a limpeza.
Segundo os Verdes só com um ETAR de tratamento terciário, em Cantanhede, vai ser possível corrigir os problemas.
No passado dia 03 de fevereiro foi publicado em Diário da República o anúncio do concurso para a empreitada de Conceção-Construção da ETAR de Cantanhede, na zona das Cochadas (Tocha), tendo a entrega das propostas sido prorrogada, a 19 de março, por mais 45 dias.
A nova ETAR que tem um custo previsto de cerca de oito milhões de euros, na melhor das hipóteses, só estará concluída para o final de 2023, algo que os Verdes pedem medidas de mitigação.
O Partido quer saber se o Ministério do Ambiente e da Ação Climática tem monitorizado a qualidade das águas da ribeira da Fervença / Vala Real; qual o estado atual em que se encontram as águas da Lagoa de Mira está garantida a salvaguarda da saúde pública e que medidas irão ser tomadas para minimizar os impactos das constantes descargas devido à sobrecarga do Intercetor Sul.