Nelson Peralta está em Paris na cimeira do clima e deixa reparos à forma como os países preparam esta cimeira.
O deputado aveirense está integrado na delegação oficial da Assembleia da República à Cimeira das Nações Unidas para as Alterações Climáticas na Escócia (COP26, Glasgow).
Considera que faltou trabalho de casa.
"Os países chegaram aqui sem o trabalho de casa feito. É por isso que percebemos que o Acordo de Paris está muito longe de ser cumprido: não se fez a mitigação; o compromisso redução de emissões está muito longe das metas de Paris; e muito menos se fizeram as transformações na economia que eram necessárias".
No campo da adaptação e da solidariedade internacional "a COP26 também marca passo", avaliou o parlamentar.
"Os mecanismos de financiamento não podem ser maioritariamente dirigidos à mitigação nos países do norte global. É urgente a adaptação, em especial no sul global onde estão a ocorrer os impactos mais gravosos. A atual situação agrava as desigualdades no globo, afeta as populações mais empobrecidas e é já certo que nem sequer vai ser cumprido o Acordo de Paris também nesta matéria".
O governo português não sai ileso de críticas. Peralta diz que há incumprimentos vários.
"Não cumpre a verba de financiamento do fundo verde das Nações Unidas com que se comprometeu. E dá os piores sinais também a nível nacional: não está a adaptar o território. Portugal é dos países na Europa que terá os efeitos mais fortes, agravando o risco de incêndio e com várias áreas inundáveis. Ainda assim é mantida a aposta no eucalipto e não há respostas de proteção das populações em risco com a subida do nível médio do mar".